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Estruturas achadas na Amazônia são obra de aranhas, descobrem cientistas

Pequena amostra de diversos estágios da estrutura e vários locais onde elas foram encontradas durante a pesquisa. Algumas são novas enquanto outras só apresentam restos - Lary Reeves & Ariel Zambelich/WIRED
Pequena amostra de diversos estágios da estrutura e vários locais onde elas foram encontradas durante a pesquisa. Algumas são novas enquanto outras só apresentam restos Imagem: Lary Reeves & Ariel Zambelich/WIRED

Do UOL, em São Paulo

08/01/2014 06h00Atualizada em 08/01/2014 14h44

Há alguns meses, a notícia de que misteriosas estruturas de origem aparentemente animal vinham sendo encontradas em florestas da Amazônia peruana chamou a atenção de cientistas, que não conseguiam dizer o que ou qual criatura as teria originado. 

Mas uma expedição recentemente realizada ao local —uma pequena ilha no rio Tambopata, no sudeste do Peru— descobriu do que elas se tratam: são obra de uma espécie de aranha, que por sua vez, ainda não pôde ser completamente identificada.

A expedição foi liderada pelo especialista em insetos Phil Torres, que encontrou mais de 40 estruturas, devidamente fotografadas com lentes de altíssima resolução, em close.

A revista Wired acompanhou a expedição e explica que as estruturas são feitas de fios de seda e compostas por duas partes: uma "torre" central e uma "cerca" ao seu redor, com diâmetro médio de 6 milímetros. Elas foram encontradas em troncos de árvores embaúba, em bambu e em folhas, e também pareciam se agrupar, sendo vistas em conjuntos de duas a seis unidades.

A observação das fotografias foi crucial para que os cientistas descobrissem sua origem: ao olhar as imagens, foi possível notar um minúsculo aracnídeo caminhando próximo a uma das torres e também um pequeno ovo rompido junto à estrutura.

  • Jeff Cremer/PeruNature.com

    Uma das três aranhas encontradas em estrutura misteriosa na Amazônia peruana

Espécie conhecida ou nova

A coleta de alguns exemplares levados para laboratório apontou que o bichinho se tratava de um minúsculo filhote de aranha.

Isso, porém, não possibilitou a completa identificação da espécie que produz as estruturas, já que é extremamente raro que uma aranha bote apenas um ovo em um ponto em particular —o normal é que bote uma porção de ovos juntos, de uma vez, e os proteja bem até que os filhotes nasçam.

Assim, os cientistas acreditam que as minúsculas aranhas das estruturas coletadas (posteriormente, mais duas nasceram em laboratório) sejam integrantes de uma espécie de aranha papa-moscas (Salticidae) —apesar de apresentarem diferenças físicas com animais desse tipo.

Os cientistas agora esperam que os filhotes se desenvolvam completamente para saber se eles são de alguma espécie já conhecida de aranha ou se representam uma nova espécie.

Vale lembrar que os aracnídeos são integrantes do supervariado filo dos artrópodes que, com mais de 1 milhão de espécies descritas, representam 80% do reino animal.