Nos últimos anos, ciência vem buscando os efeitos de uma boa noite de sono
A ciência do sono passou por profundas mudanças nas últimas décadas. Nas palavras do psiquiatra e professor emérito da Escola de Medicina de Harvard, Allan Hobson: “Aprendemos mais sobre sono nos últimos 60 anos do que em todos os 6.000 anos anteriores”.
Segundo Lia Bittencourt, professora de Medicina e Biologia do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da Associação Brasileira de Medicina do Sono/ABS, diversas linhas de pesquisa vêm sendo desenvolvidas a fim de garantir os benefícios de uma noite bem dormida.
“O sono é uma atividade fisiológica extremamente importante que tem papel básico de recuperação orgânica e mental, além de estar diretamente envolvida na organização da memória humana”, explica a especialista.
Ela conta que a ciência do sono busca ampliar nosso conhecimento sobre os processos envolvidos do adormecer ao despertar, assim como os efeitos da privação e do excesso de sono. “Pesquisadores de todo o mundo também vêm se dedicando a compreender e tratar distúrbios como insônia, apneia do sono e transtornos de movimento, entre outros problemas”, comenta.
Segundo a especialista, os enormes avanços dessa ciência foram conquistados graças a descobertas como a do eletroencefalograma (EEG), que permitiu o registro das correntes elétricas do cérebro, e do sono REM (Movimento rápido dos olhos em inglês), fase em que ocorrem os sonhos mais vívidos.
Para a professora da Unifesp ainda há muito o que ser descoberto. “Tecnologias como o monitoramento portátil do sono vão ampliar ainda mais os horizontes dessa ciência, facilitando o diagnóstico e o tratamento de distúrbios. Também podemos esperar drogas mais eficientes e inúmeras descobertas que devem surgir do campo da genética, ainda pouco explorado”, finaliza.
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