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Colonização espacial? Só com uma população de 40 mil, diz cientista

Ilustração do IXS Enterprise, uma espaçonave interestelar projetada pelo cientista Harold White, da Nasa (agência espacial americana), que usaria tecnologia "warp" para viajar "mais rápido do que a luz" no espaço - Reprodução
Ilustração do IXS Enterprise, uma espaçonave interestelar projetada pelo cientista Harold White, da Nasa (agência espacial americana), que usaria tecnologia 'warp' para viajar 'mais rápido do que a luz' no espaço Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

31/07/2014 06h00

A raça humana só poderá colonizar um planeta com sucesso se enviar uma espaçonave com 40.000 pessoas a bordo para garantir diversidade genética, afirma um estudo publicado esta semana nos EUA.

De acordo com análise do antropologista Cameron Smith, da Universidade Estadual de Portland, publicada no Acta Astronautica, o futuro de uma possível missão interestelar depende de uma grande colônia humana. Seus cálculos indicam que uma população mínima de 20.000 pessoas seria necessária para prevenir casos de cosanguinidade (endogamia).

O número ideal para estabelecer uma colônia, porém, seria de 40.000 seres humanos, divididos entre homens e mulheres.

Segundo o cientista, uma “população migrante interestelar” deveria conter 23.400 homens e mulheres para reprodução, considerando-se uma viagem de 150 anos –ou cinco gerações. Com esse volume, seria possível evitar problemas genéticos gerados por casamentos de membros da mesma família.

“Vocês querem só chegar lá, com o mínimo que tiverem ou com boa saúde?”, perguntou o cientista durante uma apresentação para a equipe de Operações Espaciais Futuras da Nasa (agência espacial americana). “Minha sugestão é que chegassem lá com algo que lhes dê uma boa margem no caso de um desastre”.

Durante sua aula, o antropologista afirmou que nenhuma população de vertebrados terrestres sobreviveu com menos de 7.000 indivíduos.

“E quando esse número ficou abaixo, em alguns casos eles sobreviveram, mas na maioria das vezes entram no que chamamos de vortex demográficou ou de extinção”, explicou Cameron Smith.

Outra opção para o sucesso da missão de colonização especial seria congelar esperma e óvulos de terráqueos para que fossem fertilizados ao longo do tempo.

Cameron Smith integra a equipe do Projeto Hyperion, que integra a Icarus Interstellar, uma organização dedicada a pesquisar avanços para espaçonaves e desenvolvimento humano. Ele estuda os vários fatores envolvidos em uma missão espacial.