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Maior superlua do ano acontece neste domingo; entenda o fenômeno

Thamires Andrade

Do UOL, em São Paulo

10/08/2014 06h00Atualizada em 11/08/2014 09h25

Quem adora admirar a lua tem um bom motivo para olhar para o céu na noite deste domingo (10), quando a Lua cheia coincide com o momento em que ela está mais próxima da Terra, gerando um fenômeno mais conhecido como superlua.

O termo astronômico mais correto para esse momento em que o satélite está mais próximo da Terra é que ele está em seu perigeu. Denilso Camargo, astrônomo da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) traduz: "A trajetória da Lua em torno da Terra não é circular, é elíptica, por isso a distância Terra-Lua varia no decorrer do tempo. Quando a Lua está no ponto mais próximo da Terra, o termo correto é que está no perigeu e quando está no ponto mais afastado dizemos que está no apogeu".

Esta é a maior superlua do ano, pois ela está a 356.896 quilômetros do nosso planeta. O tamanho do fenômeno varia, pois depende do intervalo entre o ápice da Lua cheia e o perigeu. "Quanto mais próximo do perigeu ocorrer o ápice da Lua cheia, maior será a superlua. Como esse intervalo de tempo é menor em agosto, esta superlua será maior do que a próxima, marcada para 8 de setembro", explica Camargo. Segundo ele, as superluas de 2015 já têm data marcada: 29 de agosto, 28 de setembro e 27 de outubro.

Como a Lua é um dos corpos mais brilhantes no céu --só perde para o Sol--, não é difícil enxergar o fenômeno. No entanto, o astrônomo afirma que o momento mais apropriado para observar e tirar fotos é quando a superlua está próxima do horizonte. "Quando a Lua nasce ou se põe (chamado de ocaso), ela está próxima do horizonte e nessas situações podemos comparar o seu tamanho angular (tamanho no céu) com o tamanho dos prédios e de outros objetos próximos. Quando ela está no meio do céu, perdemos esse referencial de medida", afirma Camargo.

Quem tiver um telescópio simples ou um binóculo poderá até ver as crateras provocadas pela queda de meteoritos na superfície da Lua. Mas, segundo o professor doutor do departamento de Astronomia do IAG-USP Eduardo Cypriano, a superlua não é o momento ideal para ver as crateras do astro. "Quando a Lua está cheia, a luz incide diretamente no solo, portanto a dimensionalidade se perde. Quando ela não está toda iluminada, é mais fácil observar os buracos e montanhas", afirma.

Para observar melhor o fenômeno, segundo Cypriano, o ideal é estar em regiões pouco iluminadas, com baixa nebulosidade. "Quanto mais alto, melhor a pessoa enxerga a superlua, pois uma quantidade menor de luz atravessa as camadas da atmosfera", explica.