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Última chance para ver melhor chuva de meteoros causada pelo cometa Halley

Chuva de meteoros Orionídeas: rastro de poeira deixado pelo cometa Halley - Reprodução
Chuva de meteoros Orionídeas: rastro de poeira deixado pelo cometa Halley Imagem: Reprodução

Jorge Olavo

Do UOL, em Curitiba

20/10/2014 15h27Atualizada em 23/10/2014 19h48

Quem ficar atento às estrelas durante a noite e madrugada desta quinta-feira (23) terá a chance de ver até 20 meteoros por hora riscando o céu. Esta é a época em que o fenômeno conhecido como Orionídeas --que começou por volta do dia 9 e deve seguir até 29 de outubro-- chega ao seu ápice. Essa chuva de meteoros ocorre quando a Terra passa pela região do espaço em que foi deixado um rastro de poeira pelo cometa Halley. “É como se a Terra estivesse passando por uma nuvem de detritos”, explica Felipe Braga Ribas , astrônomo do Observatório Nacional.

A Orionídeas poderá ser vista a olho nu de qualquer lugar no Brasil e em outros países. “É aconselhável que as pessoas se afastem dos grandes centros urbanos devido à grande poluição luminosa existente nesses locais. O melhor horário para a visualização é a partir das 23 horas”, diz João Carlos de Oliveira, professor de Astronomia que dá aulas no planetário da FTD Digital Arena, em Curitiba.

O ponto de referência a ser observado no céu é a região onde estão as Três Marias, estrelas da constelação de Órion. “A impressão é de que os meteoros partem dessa constelação. Eles devem ficar visíveis durante toda a madrugada e é importante que o céu esteja limpo, sem nuvens”, afirma Oliveira, que aconselha ainda o uso de cadeira de praia ou toalha para observar o céu por um tempo maior. “Em regiões mais escuras, é mais fácil observar, já que existem mais detritos pequenos do que grandes. Tem de contemplar”, afirma o astrônomo Felipe Ribas.

Para quem não conseguir ver o fenômeno por causa do mau tempo ou da luminosidade, a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) deve mostrar a chuva de meteoros em uma transmissão ao vivo pela internet, via Ustream [www.ustream.tv/channel/nasa-msfc], a partir da meia-noite desta terça-feira (21), horário de Brasília.

Popularmente conhecidos como estrelas cadentes, os meteoros são pedaços de rocha orbitando no espaço que, ao entrarem em contato com a atmosfera terrestre e com a sua velocidade, se desintegram e dão origem a um fenômeno luminoso que risca o céu. “Ao atingir a atmosfera, pedaços de poeira do cometa Halley devem nos dar duas dúzias de meteoros por hora”, diz Bill Cooke, do Escritório de Meteoroid Environment da Nasa.

Como as órbitas da Terra e do cometa Halley se cruzam duas vezes, a chuva de meteoros do Halley pode ser observada duas vezes ao ano. Além da Orionídeas, no começo de maio, é possível ver a Eta Aquarídeos, que apresenta meteoros a partir da constelação de Aquarius. A última vez que o cometa Halley passou perto do Sol e da Terra foi em 1986. A previsão é de que o corpo celeste seja visto novamente em 2061.