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Arqueólogos escavam sinagoga de mais de 2 mil anos onde Jesus teria pregado

A sinagoga foi descoberta durante as escavações para a construção de um hotel  - Reprodução/Magdala Center Project
A sinagoga foi descoberta durante as escavações para a construção de um hotel Imagem: Reprodução/Magdala Center Project

Daily Mail

23/01/2015 16h15

Uma antiga sinagoga enterrada no litoral do Mar da Galiléia pode ter sido um dos templos em que Jesus pregou, segundo um grupo de arqueólogos. As escavações estão sendo feitas nas ruínas de mais de 2 mil anos de idade descobertas na cidade de Migdal, no norte de Israel. 

Durante as escavações para a construção de um novo hotel à beira-mar foi encontrada uma pedra com delicados desenhos entalhados de um menorá, candelabro com sete velas conhecido por ser um dos principais símbolos do judaísmo. Acredita-se que cidade de Migdal foi construída sobre o que restou da antiga cidade de Magdala, onde nasceu Maria Madalena, umas das principais seguidoras de Jesus.

Agora, a organização Legião de Cristo, proprietária do terreno em que foi descoberta a sinagoga, alega que Jesus em pessoa pregou no local. Em entrevista ao site israelense Haaretz, o padre Eamon Kelly, do Centro Nossa Senhora de Jerusalém, afirmou que há fortes evidências de que ele passou pelo local.

“Essa é a primeira sinagoga a ser escavada em que Jesus efetivamente caminhou e rezou. Ele era um rabino esperto. Sabia onde se colocar. Se você caminhar de Nazaré para Bethsaida e para Capernaum vai acabar parando aqui”, afirma Kelly.

Segundo o padre, apesar de Jerusalém e Belém serem mais comumente associadas a Jesus, ele, na verdade, passava 80% do seu tempo no que hoje é conhecido como o norte de Israel. Além disso, até a cidade de Tiberias ser construída, a única cidade no litoral oeste do Mar da Galileia era Magdala, localizada ao longo de uma antiga rota que ligava o Egito à Síria.

Acredita-se que foi aqui na sinagoga, que costumava servir como ponto de encontro para os moradores da cidade, que Jesus conheceu Maria Madalena. “Se um rabino desconhecido viesse a cidade, um novo rabino, um novo professor, o local mais lógico para encontra-lo seria aqui”, disse Kelly.

Arqueólogos descobriram um hall principal com cerca de 1.200 m² e bancos de pedra colados à parede. O chão é feito de mosaico e as paredes parecem ter sido tratadas com um reboco colorido. Foi nesse hall que a pedra incrustada com o menorá foi encontrada.

Este o desenho de um menorá em pedra mais antigo já encontrado. Arqueólogos acreditam que o bloco de pedra foi usado, provavelmente, para ler ou escrever o Torá.

A sinagoga teria sido originalmente construída no século I, durante o que ficou conhecido como o segundo período de templos. Segundo os arqueólogos, o local deve ter sido destruído entre 67 e 68 D.C pelos romanos durante a primeira guerra deles contra os judeus.

“Na verdade, o que os arqueólogos estão falando agora é que estamos escavando uma cidade inteira do século I”, afirma o padre. Ainda faltam outros 12 acres do terreno para serem escavados.

A Legião de Cristo criou um centro de visitantes de Magdala na área e também planeja construir um albergue, um restaurante e uma capela ecumênica no local. Até agora, cerca de 5 mil pessoas visitaram as escavações.