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GPS pode sofrer distorção nos polos e regiões de aurora boreal, aponta Nasa

Em foto de fevereiro de 2012, a aurora boreal é vista da Estação Espacial Internacional (ISS), que estava na ocasião, na costa Oeste do Canadá - Nasa
Em foto de fevereiro de 2012, a aurora boreal é vista da Estação Espacial Internacional (ISS), que estava na ocasião, na costa Oeste do Canadá Imagem: Nasa

Do UOL, em São Paulo

01/03/2015 06h00

A comunicação entre os aparelhos de GPS (Sistema de Posicionamento Global) e os satélites que enviam os dados, diretamente do espaço, pode ser prejudicada principalmente na latitude superior da Terra. Esta é a conclusão de um estudo do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (agência espacial americana), em Pasadena, na Califórnia (EUA), em colaboração com a Universidade de New Brunswick, no Canadá.

Segundo os pesquisadores, há diversas “irregularidades” na ionosfera, que fica a 350 quilômetros da Terra. A ionosfera é a fronteira entre a Terra e o Espaço e é formada por partículas carregadas (elétrons e íons), produzidas pela radiação solar e pelo impacto de partículas energéticas. As "irregularidades" são causadas pela diferença de densidade das áreas ionizadas. Para que o GPS se comunique com o satélite (que enxerga tudo de cima, do Espaço), o sinal precisa passar pela ionosfera. As irregularidades nessa camada podem afetar os sinais e dar informações equivocadas. O estudo da Nasa foi focado apenas no hemisfério Norte. 

O novo estudo, publicado na revista Geophysical Research Letters, compara a turbulência na região das auroras boreais com as latitudes mais altas, neste caso, o Polo Norte da Terra. A conclusão dos cientistas é que a irregularidade na ionosfera pode interferir em sinais de rádio, incluindo os de GPS e na comunicação de aeronaves, nas altas latitudes da Terra. "Uma das principais conclusões é que existem diferentes tipos de irregularidades na zona auroral em comparação com a calota polar", disse Anthony Mannucci, supervisor do grupo de sensoriamento remoto da ionosfera e atmosférica, em entrevista ao site da Nasa.

A aplicação prática dessas conclusões é que, muitas vezes, as aeronaves que sobrevoam o Polo Norte podem receber informações erradas de radares, ou do GPS, e podem ter de mudar suas rotas de voo. Os telescópios via rádio também podem receber informações distorcidas da ionosfera nessas latitudes. A compreensão dessas distorções pode ajudar a melhorar a comunicação nessas regiões e também levar a conclusões e medições mais precisas na astronomia.