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Gatos "curtem" músicas feitas especialmente para eles, mostra estudo

Gato pula de piano em escola de música abandonada no Japão - Thomas Peter/Reuters
Gato pula de piano em escola de música abandonada no Japão Imagem: Thomas Peter/Reuters

Do UOL, em São Paulo

03/03/2015 19h33

Você põe a sua música favorita para tocar em casa, faz graça para o seu gato, mas ele parece não se importar. Uma pesquisa desenvolvida por cientistas do departamento de psicologia da Universidade do Wisconsin e da Escola de Música da Universidade de Maryland, ambas nos Estados Unidos, não só explicou o porquê de o animal de estimação não ter afinidade com o som como também disponibilizou três trechos de músicas produzidas especialmente para gatos, encorajando os donos dos felinos a tocarem as canções para eles e votarem no site da pesquisa qual a favorita do bichano. Ouça:


As músicas foram feitas a partir de uma estrutura teórica que se baseia na frequência da comunicação vocal entre os gatos, ritmos e sons do ambiente que despertam o interesse desses animais. “Criamos músicas apropriadas para eles, as testamos e comparamos os resultados com os obtidos quando eles foram expostos a músicas com conteúdo afetivo para os seres humanos”, afirmam os autores no estudo publicado no último dia 20 de fevereiro na revista científica "Applied Animal Behavioural Science".

As músicas foram testadas em 47 gatos domésticos, nos seus lares, com a presença dos seus donos. O estudo mostrou que quando submetidos às canções especialmente produzidas para eles, os gatos ficavam animados e se aproximavam dos autofalantes, esfregando as glândulas odoríferas (de cheiro) neles. “Os gatos mais jovens e mais velhos foram mais receptivos ao som que gatos de meia idade”, informa o artigo.

“Os gatos usam frequências mais rápidas para se comunicar, então, as músicas deles precisam ter notas mais rápidas do que na música humana”, diz o artigo. O estudo sugere novas maneiras que podem ser usadas para o enriquecimento auditivo dos animais. Os pesquisadores acreditam que as descobertas podem beneficiar "gatos de abrigos" e particularmente aqueles que estão acostumados com a companhia humana.

"Pensamos em gatos como altamente independentes de seus ‘servos’ humanos, mas há algumas pesquisas mostrando que os gatos sofrem de ansiedade de separação, que ela é maior em gatos crescidos com humanos do que em gatos selvagens", explicou um dos autores do estudo Charles T. Snowdon, do departamento de psicologia da Universidade do Wisconsin, em entrevista ao Discovery News.