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Fóssil em "formato 3D" de ave da era dos dinossauros é encontrado no Brasil

O fóssil do pássaro e a ilustração da ave (no detalhe) da espécie Enantiornithes, descoberta na Bacia do Araripe, no Nordeste, é o primeiro do tipo encontrado na América do Sul  - Ismar Carvalho/UFRJ/Nature
O fóssil do pássaro e a ilustração da ave (no detalhe) da espécie Enantiornithes, descoberta na Bacia do Araripe, no Nordeste, é o primeiro do tipo encontrado na América do Sul Imagem: Ismar Carvalho/UFRJ/Nature

Do UOL, em São Paulo

02/06/2015 12h50

Um fóssil de um pássaro do período Cretáceo foi encontrado na Bacia do Araripe, território que faz divisa entre o Ceará, Pernambuco e Piauí, no Nordeste do Brasil, por pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), passando a ser considerada a mais antiga ave brasileira. A bacia do Araripe é constituída de rochas de 115 milhões de anos. A descoberta foi publicada na revista científica "Nature" nesta terça-feira (2).

O pássaro da espécie Enantiornithes, de tamanho semelhante ao de um beija-flor, é o primeiro da espécie encontrado na América do Sul e remonta à era de Gondwana (massa de terra que deu origem à América do Sul, à África e à Austrália).

A maioria dos fósseis de aves do período Cretáceo foi recuperada no nordeste da China, cujas descobertas constituem quase tudo o que a Ciência sabe sobre a evolução precoce de penas nas aves.

No entanto, a descoberta em campo brasileiro vai além porque a imagem fossilizada tem formato tridimensional, o que ajuda a estudar mais detalhes do padrão evolutivo da espécie. Segundo o cientista Ismar Carvalho, professor do Departamento de Geologia da UFRJ, que lidera o estudo, o "fóssil 3D" proporciona um olhar sem precedentes para funções e para a estrutura da ave.

Pela imagem da cauda da ave, os cientistas interpretam que ela possa significar um componente sexual, porque não demonstrou ser eficaz para o voo. A estrutura óssea do fóssil indica também que o pássaro era provavelmente jovem.