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Com mutação genética, galo nasce com quatro patas no interior de São Paulo

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Ribeirão Preto

16/07/2015 18h25

Um galo que nasceu com quatro patas se tornou a atração de uma fazenda em Cardoso, cidade de 12 mil habitantes no Interior de São Paulo. O xodó tem sete meses e, embora os membros sobressalentes não funcionem, apresenta desenvolvimento normal para um animal de sua idade.

Segundo Valdeir Carlos de Lima, dono da propriedade onde o galo nasceu, esse foi o primeiro animal fora dos padrões nascido na fazenda desde que ele comprou as terras, há 12 anos. "Antes dele, só tinha galo e galinha de duas patas. Esse foi o diferente", conta.

Segundo Lima, por conta das quatro patas, ninguém pensou que ele sobreviveria. "Ele não ficava em pé, foi aprendendo a se equilibrar com o tempo. Hoje, tem vida normal, mesmo com as patas extras", conta.

A única diferença, segundo o fazendeiro, é que o animal é rejeitado por outros galos. "Os bichos avançam nele, querem bater. Até as galinhas d'Angola bicam ele. Como ele não corre direito, mantemos ele separado dos demais", conta.
FAMA
Lima conta que o animal chamava a tenção de todos que o visitavam na fazenda. O pintor Diorando Luiz da Silva, 40, foi um deles. "Em maio, visitei a fazenda e vi o galo. Não acreditei, fiz imagens e coloquei no Facebook. A partir dai, foi um tal de gente querendo ver o galo que não acaba mais", disse.

Segundo o pintor, as fotos feitas por ele estão no celular para provar que o galo tem, realmente, quatro patas. "Muita gente vem me perguntar se é verdade, ai eu mostro. Mas outros só acreditam quando vão até lá ver", explica.

Mutação genética

Para o veterinário Fernando Tavares, o fenômeno deve ter sido gerado por conta de uma alteração genética no embrião. "Essas má-formações geralmente ocorrem quando o feto está dentro do ovo e podem ser causadas por biológicas,químicas ou até mesmo climáticas, se houver grande variação de temperatura", disse.

O especialista também informou que outra possibilidade para explicar o caso é que o ovo tenha sido gerado com duas gemas. “Nesse caso,o embrião mais forte e maior acabou absorvendo o outro e as patas ficaram", disse.

Ele explicou, entretanto, que, embora problemas de má-formação sejam comuns, o raro da situação é o animal sobreviver. "Pouquíssimos sobrevivem e, entre eles, quase nenhum chega à idade adulta. Esse galo é uma exceção", explica.

O veterinário explica que é comum animais nascerem com algum tipo de deformidade, como o caso do galo. Para ele, a raridade está em outro fator. “O que é raro é o animal chegar à fase adulta. Na maioria dos casos eles morrem antes disso”, diz.