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Por que ficamos 'roxos' após levar uma pancada? Quando é preocupante?

Hematoma no joelho: se o sangue é vermelho, por que a mancha é roxa? - iStock
Hematoma no joelho: se o sangue é vermelho, por que a mancha é roxa? Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo

22/12/2022 04h00

De vez em quando uma pancada ou queda nos deixa uma marca roxa. Isso acontece quando vasos se rompem e o sangue vaza para o tecido mole que existe embaixo da pele.

A pergunta que fica é: se o sangue é vermelho, por que a marca é roxa?

A proteína que dá cor ao sangue é a hemoglobina. Enquanto corre em direção aos órgãos, cheio de oxigênio para alimentá-los, ele é vermelho vivo. Já quando volta, sem o alimento vital, fica mais escuro.

O desastrado que está sempre esbarrando nos móveis de casa sabe que um hematoma nem sempre é roxo. Na verdade, uma pancada pode deixar vários tons na pele. Imediatamente após o trauma, a mancha é avermelhada, mas logo depois já fica roxa (chamamos também de equimose).

Alguns dias ou semanas depois, conforme o organismo reabsorve o sangue que ficou "parado" no local, a mancha ganha um tom amarelado e esverdeado até sumir.

Além da mudança de cor na pele, os hematomas costumam provocar dor. As células vermelhas do sangue liberadas na lesão emitem um sinal para o corpo, que envia células brancas —estas funcionam como "paramédicos", e produzem substâncias que causam inflamação no local.

Idosos e crianças são mais propensos a ter roxos porque têm vasos mais finos e delicados. Quem faz uso de medicamentos anticoagulantes também tem uma tendência maior a sangramentos, e por isso costuma sofrer mais com hematomas.

Casais mais, digamos, entusiasmados, também podem adquirir "roxos" com alguma frequência, especialmente no pescoço, o que costuma gerar constrangimento. E quando o trauma ocorre na região dos olhos, uma área bastante sensível e com a pele mais frouxa, o aspecto pode ficar bem desagradável.

Hematomas não acontecem só na pele. É possível ferir um osso, o fígado ou mesmo o cérebro. O mecanismo é o mesmo —um trauma faz o sangue vazar para o tecido de um desses órgãos, mas, nesses casos, o problema pode ser mais sério.

De acordo com o local onde ocorrem, os hematomas ganham nomes específicos, como, por exemplo, o epidural (entre o revestimento externo do cérebro e o crânio).

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Hematomas vão mudando de cor à medida que o sangue é reabsorvido pelo corpo
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Quando se preocupar?

Todo mundo tem um ou outro hematoma subcutâneo de vez em quando. Em geral, aplicar gelo ou compressa fria logo após o trauma pode ajudar. Cremes ou pomadas específicos podem ser usados para acelerar um pouco o processo de reabsorção do sangue pelo corpo, mas só devem ser usados com orientação médica.

Já em caso de pancadas mais fortes, especialmente se ela provocar também febre ou mal-estar, é preciso consultar um médico para checar se a lesão não atingiu algum órgão interno. Ou, ao menos, pegar uma receita de remédio para aliviar a dor. É importante evitar expor as marcas roxas ao sol, para minimizar o risco de manchas na pele.

Alterações na quantidade de plaquetas do sangue —células formadas na medula óssea— podem ter como origem uma série de doenças. Se os hematomas aparecerem com frequência e sem motivo aparente, também é preciso ficar alerta. Quando não estão relacionadas a lesões, ou surgem em locais como as costas ou a barriga, as manchas podem indicar problemas de coagulação do sangue (doenças hemorrágicas como hemofilia ou problemas plaquetários).

Nesses casos, a pessoa deve procurar um clínico geral ou um hematologista para fazer exames e investigar a causa dos hematomas. E nunca, em hipótese alguma, deve se automedicar, pois isso pode piorar o sangramento e gerar hemorragia em outros órgãos.

Fonte: Christiane Gouvea, hematologista e Rob Lamberts, pediatra norte-americano.