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Você já imaginou um funeral lunar? Empresa promete levar cinzas para a Lua

2.ago.2015 - A Nasa divulgou uma foto da lua em que aparece a silhueta da Estação Espacial Internacional - NASA
2.ago.2015 - A Nasa divulgou uma foto da lua em que aparece a silhueta da Estação Espacial Internacional Imagem: NASA

Do UOL, em São Paulo (SP)

11/09/2015 06h00

Aquela história contada para crianças de que quem morre vai para o céu pode estar perto de se tornar realidade. Para aqueles que estiverem dispostos a pagar uma quantia de cerca de US$ 12 mil (aproximadamente R$ 44 mil), a empresa Elysium Space, de São Francisco, nos Estados Unidos, promete transportar as cinzas para a Lua.

Fundada por um ex-engenheiro da Nasa (agência espacial norte-americana), Thomas Civeit, a empresa de funerais celestes se orgulha da iniciativa inédita de ter unido especialistas em espaço e em funerais para um serviço único. “As famílias agora têm a oportunidade histórica de matar a saudade dos entes queridos que morreram todas as noites ao olhar para o esplendor e brilho da companheira mais próxima da Terra: A Lua”, afirmou Civeit em entrevista ao site americano Oddity Central.

A Elysium foi criada em 2013, mas o serviço só começou a ser vendido de fato em agosto de 2015, quando um acordo com uma empresa de logística espacial, a Astrobotic Technology, foi finalmente fechado. Com todos os detalhes ajustados, os primeiros lotes de cinzas vão viajar para a Lua em 2017, a bordo da nave espacial Griffin Lander. Cerca de 100 restos mortais já estão programados para chegar ao solo lunar.

Os 50 primeiros inscritos para os memoriais lunares receberão um desconto e pagarão US$ 9.950 (por volta de R$ 37 mil). Porém, você só pode mandar um grama de suas cinzas. Após comprar o serviço, a família recebe uma caixa de metal onde é possível depositar o material.

A ideia do negócio inusitado começou com um projeto chamado de 'memorial shooting star’, que consiste em colocar as cinzas brevemente em órbita e deixar que elas retornem à Terra com um raio brilhante em toda a atmosfera, imitando o efeito de estrelas cadentes. Porém, um soldado da infantaria dos Estados Unidos, Steven Jenks, pediu que a Elysium fosse um pouco além.

O soldado contou a comovente história de como perdeu sua mãe para o câncer de pulmão e como era importante enviar seus restos mortais para a Lua. Segundo Jenks, a mãe costumava dizer sempre que: “Não importa o quanto você se sinta solitário e quão longe você está, sempre que olhar para a Lua saberá que estou com você. Te amo daqui até a Lua.”

Civeit diz que o momento foi perfeito, pois a empresa estava assinando contratos com a Astrobotic, empresa que envia cargas úteis para a Lua, e conseguiu negociar o transporte das cinzas. Apesar de realizar o desejo, a Astrobotic não presta esse tipo de serviço e abriu uma exceção. A partir desse funeral celeste, a Elysium focou em conseguir prestar esse serviço mais vezes.

Mesmo com a revolução dos enterros lunares, a Elysium continua trabalhando com a opção ‘shooting star’, que é mais barata, e custa US$ 1.990 (cerca de R$ 7 mil). A cápsula com as cinzas é lançada no espaço e depois de orbitar a Terra por meses cai como estrela cadente.

O fundador da empresa promete viajar ainda mais longe. Além de conquistar a Lua com seus serviços, ele afirma que tem planos para estender os memoriais para fora do sistema solar. Pelo jeito, o universo é o limite.