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Afinal, qual é o tamanho do Universo?

O Universo está em expansão, então a conta não é tão simples - Gerd Altmann/ Pixabay
O Universo está em expansão, então a conta não é tão simples Imagem: Gerd Altmann/ Pixabay

Cintia Baio

Colaboração para Tilt

08/08/2020 04h00Atualizada em 04/08/2021 20h20

Assim como em muitas questões da ciência, dizer qual é o tamanho do Universo não é uma tarefa simples, já que, até agora, não sabemos ao certo se há algo além do que nossos telescópios mais potentes já puderam registrar.

"Nossa cosmologia atual ainda não conseguiu responder qual é o tamanho total do Universo. Ele pode ter um tamanho possível de ser medido, mas também pode ser infinito", conta Leandro Guedes, astrônomo do planetário do Rio de Janeiro.

Por isso, os cientistas adotam o conceito de "universo observável" para tentar medir pelo menos o que conseguimos enxergar ou calcular. Como as distâncias no espaço são exorbitantes (na casa dos trilhões de quilômetros), os cientistas usam o ano-luz para determiná-las —um ano-luz corresponde à distância que a luz percorre em um ano. Como a velocidade da luz é de 300.000 quilômetros por segundo, em um ano ela percorre 9,5 trilhões de quilômetros. Logo, 1 ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros.

O universo observável, então, é a parte que contém todas as coisas que podem ser observadas da Terra porque a luz desses elementos chegou até nós. Isso inclui imagens de satélites, telescópios e do olho nu.

O marco zero dessa contagem, chamado de Big Bang pela cosmologia, teria acontecido a cerca de 13,8 bilhões de anos.

Seria fácil concluir, portanto, que qualquer objeto observável hoje da Terra estaria, no máximo, a um raio de distância de 13,8 bilhões de anos-luz daqui e que, consequentemente, o diâmetro do universo observável seria algo em torno de 27,6 bilhões de anos-luz. Correto? A resposta é: não.

Cadê a fronteira que estava aqui?

Considerando a expansão desde o Big Bang, os cientistas acreditam que o diâmetro do universo observável é, na verdade, de 93 bilhões de anos-luz, aproximadamente.

"No final da década de 1990, foi observado que a velocidade dessa expansão tem aumentado com o tempo, ou seja, o Universo está aumentando de tamanho aceleradamente", diz Guedes.

Segundo o astrônomo, é como se algo estivesse dando energia ao Universo, ou como se o Universo tivesse um combustível que está acelerando sua expansão. "Essa energia estranha é chamada de energia escura, e determinar sua origem é um dos maiores desafios da cosmologia moderna", explica.

Para ficar mais fácil de entender, imagine que você está em um navio no meio do oceano com um binóculo na mão. Tudo o que você consegue ver apontando o binóculo para todas as direções, corresponderia ao universo observável. O navio, é claro, seria a Terra.

A questão é que não sabemos se existe, com certeza, algo além do que nosso binóculo consegue observar.

Além disso, existem discussões sobre qual é o formato do Universo. A ideia mais aceita é a de que ele é plano e infinito, portanto, sem "fronteiras".

E por ser infinito, não teria um centro.

No entanto, quando falamos do Universo observável, usamos a Terra como referência central.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A primeira versão do texto dava a entender que existiam estrelas na época do Big Bang. A informação foi retirada.