Moléculas na poeira estelar resistem milhões de anos e podem gerar vida
Na poeira ao redor das estrelas que nascem ou morrem há inúmeras reações químicas acontecendo, nelas são geradas moléculas orgânicas, ingrediente básico para a existência de vida. Apesar do ambiente instável, sujeito à intensa radiação, essas moléculas podem “sobreviver” a mais de um milhão de anos.
Um estudo feito por pesquisadores do Observatório do Valongo, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) mostrou que moléculas orgânicas, como o metilbenzeno, podem durar mais de um milhão de anos, tempo suficiente para que elas se tornem mais complexas e possam criar vida em diferentes regiões do Universo.
Os astrônomos Thiago Manfredini e Heloísa Boechat-Roberty reproduziram em laboratório as condições encontradas próximas à estrela T Dra, da constelação do Dragão, estrela que se aproxima da “morte”. Os resultados foram publicados no Astrophysical Journal.
Moléculas de metilbenzeno, iguais às encontradas na T Dra, foram expostas a radiações de raio-x e ultravioleta. Dependendo da quantidade de radiação a que são expostas, as moléculas podem se quebrar. Seus radicais livres conseguem então se unir a outras moléculas “quebradas”, formando moléculas mais complexas.
A beleza disso tudo está justamente no fato de que em um ambiente inóspito de baixa densidade, baixas temperaturas, as moléculas vão sendo criadas, aumentam-se o número de átomos e vão ficando cada vez mais complexas.”
Heloísa Boechat-Roberty, professora titular do Observatório do Valongo
Segundo ela, as moléculas orgânicas em comparação com as biológicas -- como as conhecemos na Terra -- são muito mais simples.
“É um longo caminho até uma molécula orgânica se tornar biológica. Acreditamos que esse processo aconteceu quando o Sol começou a ser formado e a Terra não era um planeta formado. Havia um processo químico prebiótico (antes da vida), em que as moléculas evoluíram. Acredita-se que ao colidir com a Terra, os cometas trouxeram muitos desses compostos orgânicos”, finaliza.
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