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Estudo identifica lesões no cérebro de feto de macaca grávida com zika

Macaca nemestrina foi usada em estudo sobre vírus da zika - Ho/Wildlife Conversation Society/AFP
Macaca nemestrina foi usada em estudo sobre vírus da zika Imagem: Ho/Wildlife Conversation Society/AFP

Do UOL, em São Paulo

12/09/2016 12h00

Não são só os humanos que sofrem com o vírus da zika. Um novo estudo publicado pela revista Nature Medicine mostra que macacas nemestrinas grávidas e infectadas também podem gerar fetos com lesões cerebrais. Em humanos, a zika está relacionada à microcefalia e a outras diversas lesões neurológicas em bebês.

O estudo foi realizado com uma macaca nemestrina. Cientistas apontam que este animal era um bom modelo para perceber a influência da zika, já que são acometidos por diferentes tipos de vírus, como a hepatite C e a encefalite japonesa, esta última também transmitida por mosquitos.

Na pesquisa, os cientistas infectaram uma macaca com o vírus da zika no terceiro mês de gestação. Embora o animal não tenha apresentado sinais da doença durante a gravidez, como erupções ou febre, o feto desenvolveu anomalias neurológicas que não foram vistas em fetos sem vírus, além de ter tido crescimento mais lento do cérebro.

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As anomalias começaram a aparecer no feto com apenas 10 dias de infecção. O achado representa a primeira vez em que lesão cerebral em feto de um primata não-humano foi identificada. Estudos anteriores tinham relatado apenas infecções por zika nestes animais.

Apesar de o estudo ter sido feito apenas em um animal, os autores sugerem que a macaca nemestrina possa ser um modelo útil para estudar a progressão do vírus da zika em humanos. O animal ainda pode ser usado no futuro para testes de medicamentos e vacinas.