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Evolução humana pode ter sido afetada por explosiva atividade vulcânica

Imagem de satélite mostra o vulcão Aluto, que está localizado no vale da fenda etiópia - áreas escuras representam fluxo de lava - William Hutchison (University of Oxford) and NASA
Imagem de satélite mostra o vulcão Aluto, que está localizado no vale da fenda etiópia - áreas escuras representam fluxo de lava Imagem: William Hutchison (University of Oxford) and NASA

Do UOL, em São Paulo

18/10/2016 13h00

Um novo estudo publicado nesta terça-feira (18) na revista Nature aponta que a evolução humana pode ter sido afetada por uma explosiva atividade vulcânica. O fenômeno natural teria ocorrido entre 320 mil e 170 mil anos atrás na Etiópia.

A data da erupção coincide com uma importante transição na evolução dos primeiros humanos modernos. A atividade vulcânica ocorreu ao mesmo tempo da chegada do Homo sapiens na região, há cerca de 200 mil anos. A data é um ponto crucial de nossa evolução.

O cientista William Hutchison, da Universidade de Oxford, e seus colegas queriam entender a magnitude e a época das grandes erupções na região para entender o ambiente de nossos ancestrais.

Ao reconstruir a história dos 200 km da fenda etíope, Hutchison estudou os vulcões Aluto e Corbetti e datações de rochas com vestígios de erupções. Os dados da pesquisa apontaram para evidências de uma explosão vulcânica altamente explosiva entre 320 mil e 170 mil anos atrás nesta região, em uma taxa cinco vezes maior do que o nível atual de vulcanismo na fenda.

A caldeira do vulcão Aluto foi criada durante erupções explosivas há 300 mil anos - William Hutchison (University of Oxford) - William Hutchison (University of Oxford)
A caldeira do vulcão Aluto foi criada durante erupções explosivas há 300 mil anos
Imagem: William Hutchison (University of Oxford)

Os autores acreditam que a atividade vulcânica, em quatro centos distintos, teria causado drásticas mudanças na paisagem e no meio ambiente da região. Isto enquanto nossos ancestrais ocupavam o local.

A fenda etíope é a detentora do recorde de coexistência entre humanos e vulcões. O local está ativo, e a África lentamente está se dividindo entre os dois lados dela. Um segmento da fenda atravessa a Etiópia, em região onde cerca de 10 milhões de pessoas vivem.

À medida que o continente se separa, a crosta é estendida, proporcionando a ascensão de magma.