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Redondezas da Via Láctea tem explosões misteriosas de raio X

Imagem do Observatório de raios-X Chandra mostra a galáxia NGC 5128 rodeada de fontes de raio-X. O ponto circulado emitiu raio-X 200 vezes em menos de um minuto   - Nasa/U.Birmingham/M.Burke
Imagem do Observatório de raios-X Chandra mostra a galáxia NGC 5128 rodeada de fontes de raio-X. O ponto circulado emitiu raio-X 200 vezes em menos de um minuto Imagem: Nasa/U.Birmingham/M.Burke

Do UOL, em Sâo Paulo

19/10/2016 15h00

Duas fontes enigmáticas de raios X descobertas em galáxias próximas à Via Láctea estão intrigando os cientistas. Elas são frutos de rápidas, raras e misteriosas explosões. Embora a natureza destas queimas ainda seja incerta, os pesquisadores já acreditam se tratar de algo diferente de outras formas de explosões astronômicas.

As fontes de raios X do estudo foram detectadas em duas explosões muito breves e com alta luminosidade. Elas ocorreram em 2003 e em 2007, em um ponto próximo à galáxia NGC 4697. Um estudo sobre o assunto foi publicado na revista Nature nesta quarta-feira (19).

Ao se debruçarem sobre esses eventos, o pesquisador Jimmy Irwin e sua equipe examinaram dados de arquivo do observatório de raios X Chandra, um telescópio espacial lançado pela Nasa (Agência Espacial Norte-Americana). Foram estudados os registros feitos em 70 galáxias próximas à Via Láctea na tentativa de encontrar algo semelhante.

Os cientistas conseguiram localizar milhares de fontes de raios X. Mas o mistério continuava: apenas duas fontes tiveram erupções semelhantes às observadas em 2003 e 2007. Elas ocorreram em menos de um minuto em todos os casos. E a queima posterior à explosão decaiu em cerca de uma hora.

Ao contrário de outros objetos astronômicos que produzem explosões, como as explosões de raios gama ou de supernovas, as fontes não se autodestruíram. Para os autores, essas fontes que não desaparecem após explodir estão provavelmente localizadas em aglomerados globulares ou em galáxias anãs ultracompactas próximas a galáxias elípticas.