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Fumar maconha deixa pessoa menos atenta e pode reduzir criatividade

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

21/10/2016 06h00

Usuários regulares de cannabis têm menos consciência de seus próprios erros e apresentam dificuldades em realizar atividades criativas, diz um estudo divulgado pela Universidade de Leiden, na Holanda.

Para entender os efeitos da maconha, o psicólogo Mikael Kowal realizou experiências com 40 usuários regulares da erva. A pesquisa analisou os efeitos diretos e crônicos da substância em funções relacionadas com a dopamina, tais como o pensamento criativo e a capacidade de reconhecer os próprios erros.

Foram comparados os resultados de quem usou uma grande quantidade de cannabis evaporado, do grupo que inalou uma pequena quantidade da substância evaporada e de outras 20 pessoas que inalaram apenas um placebo. 

O estudo verificou que os usuários de cannabis tinham menor capacidade de participar de um debate, o que é essencial para um processo criativo. Segundo Kowal, isso refuta a crença popular que o consumo da droga deixa a pessoa mais criativa.

Além disso, a pesquisa mostrou que os processos cerebrais que envolvem o monitoramento dos erros também não trabalham de forma eficaz. Uma alta dose da substância influencia os processos conscientes e inconscientes de identificar os próprios erros.

Mente ativa?

O estudo também indicou que, a longo prazo, o uso da substância interrompe a atividade da dopamina, químico responsável pelo controle de várias funções no cérebro. Os usuários crônicos apresentavam dificuldades em piscar os olhos de forma espontânea, uma indicação da redução do neurotransmissor.

Em abril, um estudo na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, já havia mostrado que o uso constante de maconha poderia prejudicar a produção de dopamina, alterando a região cerebral responsável pela memória, atenção e impulsividade.

O próximo passo é verificar os efeitos que a substância tem em diferentes idades e os fatores individuais do uso contínuo da droga. Para Kowal, a pesquisa pode ajudar a montar um programa mais eficiente no tratamento de dependentes químicos.

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