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Você ficou menos aventureiro com a idade? Cientistas acharam o motivo

Por que a gente não toma riscos de igual forma até o fim da nossa vida? - Getty/iStock
Por que a gente não toma riscos de igual forma até o fim da nossa vida? Imagem: Getty/iStock

Do UOL, em São Paulo

13/12/2016 14h00

Aparentemente existe uma explicação científica para o fato de tomarmos decisões arriscadas com uma frequência muito maior quando somos jovens. De acordo com estudo publicado nesta terça-feira (13) na revista Nature, a culpa é toda do nosso cérebro.

A equipe de cientistas liderada por Ifat Levy, da Escola de Medicina de Yale, percebeu que a preferência pelo que já é conhecido e familiar aumenta com a idade. Essa tendência, contudo, é muito melhor explicada por mudanças na parte cinza de certas áreas do cérebro do que pela idade.

Quando as pessoas tomam decisões que envolvem risco ou resultados incertos, uma área do cérebro dentro do chamado lobo parietal fica ativa. A quantidade de substância cinzenta foi apontada como relacionada à preferência pelo risco em jovens adultos.

Na pesquisa, os cientistas pediram a 52 adultos, com idades entre 18 e 88 anos, para escolherem entre duas opções: uma segura (ganho de US$ 5) ou uma incerta (uma loteria com possível ganho variando entre US$ 0 e US$ 120 com probabilidades desconhecidas e aleatórias).

Os cientistas notaram o que era esperado: a opção com ganho certo de US$ 5 foi preferida pelos participantes mais velhos em comparação com os mais novos – tal preferência aumentou com a idade. Em meio a isso, as pessoas envolvidas no teste tinham a atividade do cérebro monitorada.

Ao analisar os dados, os pesquisadores descobriram que esta tendência é guiada mais pela quantidade de matéria cinzenta na área do córtex parietal posterior do cérebro do que pela idade da pessoa.

Isso sugere que as mudanças no cérebro que ocorrem ao longo de um envelhecimento saudável são responsáveis também por esse tipo de alteração no comportamento, em busca de decisões seguras.

Por isso, não fique triste consigo mesmo ao lembrar daquela sua juventude mais aventureira: é tudo culpa da nossa natureza.