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Bebês de 4 meses já são capazes de enxergar como adultos, aponta estudo

Bebês com idades a partir de quatro meses já conseguem reconhecer rostos, objetos e cenas - Getty Images/iStockphoto/Bicho_raro
Bebês com idades a partir de quatro meses já conseguem reconhecer rostos, objetos e cenas Imagem: Getty Images/iStockphoto/Bicho_raro

Do UOL, em São Paulo

11/01/2017 12h00

Quando vemos um bebê olhando fixamente para alguém, logo pensamos: “Será que ele enxerga como nós? Ele pode reconhecer esta pessoa?” Sim, ele pode. Bebês com quatro meses de idade já podem processar em seu cérebro rostos e cenas de forma semelhante aos adultos, aponta um estudo publicado na Nature nessa terça-feira (10).

A pesquisa, realizada com nove bebês de quatro a seis meses de idade, foi conduzida pelo neurocientista Bem Deen, do MIT (Massachusetts Institute of Technology) mostrou que o córtex visual do cérebro deles e dos adultos possuem a mesma organização estrutural.

Isso explica porque os bebês desde a tenra idade já conseguem reconhecer rostos e objetos, bem como diferentes situações de seus cotidianos.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores coletaram dados de ressonância magnética dos bebês: as fotografias obtidas foram captadas enquanto eles permaneciam deitados no scanner.

Os resultados mostraram que o córtex visual dos bebês respondeu de forma similar ao dos adultos, respondendo de maneira semelhante a estímulos, o que indica que estas áreas cerebrais já processam categorias visuais específicas.

Região do córtex cerebral que reconhece rostos cresce até a idade adulta

Apesar de já possuírem uma organização estrutural no córtex cerebral semelhante ao dos adultos, as respostas funcionais dos bebês observadas pelos pesquisadores não possuem um nível de detalhes como aquelas observadas em adultos. Isto se dá pelo fato de haver um refinamento nesta estrutura cerebral do bebê ao longo de seu desenvolvimento.

A explicação para isso pode estar presente em um outro estudo, desenvolvido pelo Instituto de Neurociências da Universidade de Stanford. Nesta pesquisa, chegou-se à conclusão de que a parte do cérebro que permite reconhecer os rostos continua a se desenvolver até a idade adulta.

No estudo, examinou-se, também com ressonância magnética, cérebros de 22 crianças de 5 a 12 anos e de 25 adultos, com idades que variavam de 22 a 28 anos.

Com isso, os pesquisadores descobriram que a região do córtex cerebral que desempenha um papel chave no reconhecimento dos rostos, chamada de giro fusiforme, continuava crescendo até a idade adulta: de acordo com o estudo, os adultos possuíam, proporcionalmente, 12,6% a mais de matéria cerebral no giro fusiforme que as crianças.

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