Cientistas criam 'bomba' de insulina para controlar diabetes por smartphone
Pesquisadores chineses conseguiram desenvolver um sistema em que um aplicativo de smartphone foi capaz de enviar sinais para células modificadas controlarem o nível de insulina de camundongos diabéticos, revela estudo publicado nesta quarta-feira (26) na revista Science Translational Medicine.
As células humanas podem ser modificadas geneticamente para produzir e liberar de forma eficiente hormônios e moléculas sinalizadoras, mas a maioria dos circuitos biológicos não possuem a mesma sensibilidade e precisão dos sensores digitais —como o smartphone.
Assim, Jiawei Shao e seus colegas da East China Normal University e de outras instituições chinesas buscaram uma forma de usar a precisão digital associada às células.
Eles criaram um revestimento macio e biocompatível com luzes vermelhas de LED alimentadas via wireless que chamaram de HydrogeLEDs.
Esses dispositivos poderiam ser ligados ou desligados por um campo magnético externo. Implantados debaixo da pele dos camundongos diabéticos, eles emitiam luz vermelha no mesmo comprimento de onda emitido por lâmpadas terapêuticas e saunas infravermelhas. Quando a luz era recebida pelas células modificadas, elas produziam insulina.
Os pesquisadores não apenas personalizam os algoritmos de controle do smartphone, mas também modificaram as células para viraram espécies de "bombas de insulina" e produzir a substância sem qualquer "conversa cruzada" com os processos de sinalização celular normais.
Depois, uniram o sistema a um medidor de glicose no sangue habilitado para Bluetooth, criando um feedback instantâneo entre células terapêuticas e o dispositivo de diagnóstico que ajudou os animais diabéticos a atingir e manter níveis estáveis de glicose no sangue em um pequeno experimento piloto num período de várias semanas.
Os autores disseram que o sucesso em ligar os sinais digitais com as células modificadas representa um importante passo para levar esse tipo de terapias celulares à experiência clínica. Mais de 415 milhões pessoas no mundo têm diabetes e frequentemente precisam injetar insulina para controlar o nível de açúcar do sangue.
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