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Longevidade

Práticas e atitudes para uma vida longa e saudável


Cuidado ou hormônios? Por que as mulheres vivem mais do que os homens?

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Imagem: iStock

Gabriel Dias

Colaboração para VivaBem*

04/11/2022 04h00

Por que mulheres vivem mais que homens? Esse questionamento tem rondado a cabeça das pessoas há bastante tempo. Mesmo com algumas exceções, as mulheres apresentam maior expectativa de vida em grande parte das décadas estudadas.

Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) apontam que a expectativa de vida de homens, no mundo, é de 69,1 anos, ao passo que as mulheres vivem, em média, 73,8 anos. No Brasil, de acordo com o IBGE, as mulheres vivem, em média, quase sete anos a mais que os homens (79,1 anos ante 71,9).

Mas o que explica essa diferença de expectativa de vida? Não há uma resposta definitiva para essa pergunta, mas existem diversas hipóteses que explicam isso. Entre elas, o maior cuidado delas com a saúde.

Cuidado ou hormônios?

As mulheres se cuidam mais. Elas fumam menos, bebem menos, trabalham em serviços menos pesados e se tratam mais do que os homens. A mulher vai ao médico, faz exames, e os homens não.

Mas este padrão de fêmeas serem mais longevas que os machos também se repete na natureza, o que indica outras razões além das sociais para a maior expectativa de vida feminina. A diferença entre hormônios femininos e masculinos está entre as hipóteses aceitas por gerontologistas para explicar a vantagem das mulheres.

O estrógeno e a progesterona, hormônios femininos, podem manter o sistema imunológico da mulher mais forte. O estrógeno pode funcionar no corpo da mulher como um antioxidante, protegendo-a dos radicais livres e neutralizando as substâncias tóxicas que estressam as células.

Não é comprovado que seja por isso que as mulheres vivem mais, mas esse efeito antioxidante protege as mulheres das doenças cardiovasculares, por exemplo, que são mais comuns em homens e são as principais causas de morte.

A mulher tem cuidado, repõe os hormônios de alguma forma. Pesquisas verificam essa relação: o controle hormonal ajuda a prevenir doenças. É por isso que elas têm mais longevidade e qualidade de vida que os homens.

Testosterona teria ação negativa

Estudos realizados na Coreia do Sul e nos Estados Unidos indicam que a testosterona teria uma ação negativa sobre o envelhecimento nos homens.

Isso aconteceria pelo fato de os eunucos —homens que tiveram o saco escrotal removido do corpo, suprimindo a produção de testosterona— apresentarem uma expectativa de vida maior do que aqueles que não foram capados. Tal padrão também se repete na natureza, em que animais castrados vivem mais que os não castrados.

A testosterona pode aumentar a produção de fluido seminal hoje, mas promove o câncer de próstata a longo prazo; altera a função cardiovascular para melhorar o desempenho físico no início da vida, mas leva à hipertensão e à arteriosclerose.

Uma pesquisa realizada nos EUA e conduzida por Steven Austad, especialista em envelhecimento e professor do Departamento de Biologia da Universidade do Alabama, revelou que, naquele país, as mulheres morreram a taxas mais baixas do que os homens em 12 das 15 causas mais comuns de morte, incluindo câncer e doença cardíaca.

*Com informações da reportagem publicada em 27/06/2017.