Infecção grave durante a gravidez pode ser gatilho para autismo, diz estudo
Mulheres que são hospitalizadas por infecções durante a gravidez correm um risco maior de terem filhos com autismo. A conclusão, publicada em um artigo na revista científica “Nature” nesta quarta-feira (13), foi embasada por estudos do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussetts) e da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachussetts.
Em um primeiro experimento, ratas grávidas tiveram induzidas em seus organismos bactérias específicas do trato digestivo --como bactérias filamentosas segmentadas encontradas no intestino de roedores e bactérias intestinais humanas--, que faziam com que células chamadas de Th17, produzidas pelo sistema imunológico do animal, gerassem irregularidades nas células cerebrais do feto em desenvolvimento.
O estudo com ratos ainda precisa ser testado com humanos para saber se esta relação entre infecções graves durante a gravidez e autismo se confirma. Há no trato digestivo humano tipos de bactérias que conduzem a produção de células Th17.
Ao afetar essa região cerebral, conhecida como S1DZ, ainda durante a formação fetal, o filhote poder ter estas habilidades comprometidas. No experimento, quando os pesquisadores restauraram os níveis normais de atividade cerebral nesta área cerebral, porém, as anormalidades comportamentais dos camundongos foram revertidas.
Um estudo de 2010, realizado na Dinamarca, no entanto, pode dar indícios de que esta relação se confirme. Foram analisadas todas as crianças nascidas no país entre 1980 e 2005 e constatou-se que infecções virais graves durante o primeiro trimestre de gravidez prediziam um risco triplo de desenvolvimento de autismo pela criança.
Quando as infecções bacterianas graves ocorreram durante o segundo trimestre da gestação, este risco foi 1,42 vezes maior.
As infecções consideradas incluíam gripe, gastroenterite viral e infecções severas do trato urinário.
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