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Polos magnéticos da Terra irão se inverter. Este fenômeno afetará sua vida

Campo magnético da Terra, impede que partículas solares cheguem ao planeta - Nasa
Campo magnético da Terra, impede que partículas solares cheguem ao planeta Imagem: Nasa

Colaboração para o UOL

31/01/2018 14h52

Os polos magnéticos da Terra estão se invertendo em um processo cada vez mais próximo. De acordo com revista científica norte-americana "Undark Magazine", historicamente, é comum que eles virem a cada 200 ou 300 mil anos, mas há 780 mil anos que isso não acontece. 

Em entrevista ao canal britânico "BBC", o geofísico Phil Livermore, professor e pesquisador da Universidade de Leeds, na Inglaterra, afirma que o fenômeno está próximo, mas não "vai acontecer amanhã".

"Só temos os vestígios deixados nas rochas como pista, mas, com base neles, calculamos que levou mil anos para (ocorrer a) a última reversão completa. Então, mesmo se ela começasse hoje, ainda levaria um bom tempo”. O especialista acrescentou que a reversão é considerada iminente pois mil anos na escala humana, é muito tempo, mas na escala da Terra é insignificante. 

Mas como a reversão dos polos Norte e Sul pode afetar as pessoas que habitam o planeta?

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O especialista em radiação cósmica Daniel Baker, acredita que uma inversão de polos pode deixar algumas regiões do planeta inabitáveis. Isso pode ocorrer a partir de uma incidência maior de raios solares, raios cósmicos e raios ultravioletas B, que penetrariam a já prejudicada camada de ozônio. Isso porque o campo magnético da Terra, que nos protege de níveis letais de radiação, como os raios solares, por exemplo, pode enfraquecer e nos deixar desprotegidos. 

Além disso, a radiação poderia atingir os satélites de comunicação, redes elétricas e aviões. Consequentemente, os sistemas bancários, meteorologia, operações militares e tecnologias à base de GPS deixariam de funcionar. Sistemas de aquecimento, aparelhos de ar-condicionado, transportes, hospitais e indústrias também seriam afetados.

Como esse perigo é iminente, mas ainda não alarmante, cientistas estão usando imagens de satélite para monitorar os movimentos do campo magnético. Desde 2014, um trio de satélites da Agência Espacial Europeia permite que os cientistas estudem mudanças ocorridas no núcleo terrestre, onde o campo magnético é gerado.

De acordo com esses estudos, o ferro fundido e o níquel estão sendo drenados do núcleo, e essa atividade pode indicar que o campo está se preparando para virar. As medidas de proteção possíveis são a construção de mais satélites fortificados por radiação e a melhora dos que já estão operacionais.

Mas não há motivos para pânico. Nem todas as tentativas de inversão dos polos são bem-sucedidas. A última vez que houve um esforço para esse fenômeno ocorrer foi por volta de 40 mil anos atrás.