Oito tartarugas em extinção são encontradas amarradas e mortas em Búzios
Oito tartarugas foram encontradas amarradas e mortas na tarde de terça-feira (24) na Praia de Manguinhos, em Armação dos Búzios, região dos Lagos do Rio de Janeiro. Uma nona tartaruga também da espécie Chelonia Mydas, ameaçada de extinção, apareceu morta nesta quinta-feira (26) na orla Brigitte Bardot, na mesma cidade.
As tartarugas-verdes (como são popularmente conhecidas) estavam amarradas pelo pescoço. Elas foram encontradas pelo jornalista Bebeto Karolla, que fotografou os animais enquanto caminhava pela orla.
Leia também:
O secretário municipal do Meio Ambiente de Armação de Búzios, Cássio Cunha, encaminhou nota ao UOL em que expressa “indignação e perplexidade diante dos fatos narrados e imagens apresentadas”.
Ele informou que as fotografias serão encaminhadas para o Ministério Público a fim de apurar a ocorrência de um eventual crime. “As pessoas que tenham informações sobre a autoria do fato entrem em contato com a secretaria de Meio Ambiente”, pede o secretário, que aumentou a fiscalização na área por meio de rondas marítimas.
Pesca acidental
Biólogo e coordenador técnico do Projeto Tamar (das sílabas iniciais das palavras tartaruga marinha) em Ubatuba, José Henrique Becker explica que as tartarugas-verdes estão incluídas na lista de animais em perigo de extinção. “Encontramos essa espécie na costa brasileira, onde se alimenta de algas presas às pedras.”
Trata-se de uma espécie que pode viver até 100 anos e atinge a vida adulta por volta dos 30. “Esses animais encontrados eram jovens. Ainda precisavam de uns 20 anos para chegar à idade adulta”, estima o biólogo. “Uma tartaruga-verde adulta chega a 200 kg e 1,10 metro de carapaça.”
Becker, que não viu as tartarugas mortas pessoalmente, acredita que o crime ambiental ocorreu por acidente. “Minha impressão pelas fotos é que algum pescador jogou as redes e capturou as tartarugas acidentalmente. Por medo de que aparecessem na praia, ele deve ter amarrado os animais em algum lugar no mar para tentar escondê-las.”
O biólogo acredita que a amarração não resistiu e os animais acabaram na orla. “Eu desconheço o hábito de pescadores de amarrar tartarugas para consumo.”
Becker lembra que a pesca é uma atividade econômica e social, e criminalizar o pescador é simplista. “É preciso encontrar soluções em conversas que envolvam pesquisadores, ambientalistas e pescadores”, diz. “Como as espécies de tartaruga e locais de pesca variam de região para região, é necessário encontrar soluções caso a caso. Não será com uma ideia milagrosa.”
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.