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Guerra nas estrelas? Pentágono quer testar armas espaciais com laser

Estamos longe de uma cena de Star Wars Battlefront... mas não tão longe - Divulgação
Estamos longe de uma cena de Star Wars Battlefront... mas não tão longe Imagem: Divulgação

Luiza Ferraz

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/03/2019 14h37

Laser de alta potência, mísseis de defesa e armas de partículas: o que pode parecer um episódio de Star Wars é, na verdade, a nova pesquisa para desenvolvimento de armamentos espaciais solicitada pelos oficiais de defesa norte-americana.

Segundo o Pentágono, que procura investir um valor de US$ 304 milhões (aproximadamente R$ 1,1 bi) no projeto, essa é uma maneira de combater e se manter um passo à frente da Rússia, China, Coreia do Norte e Irã no desenvolvimento de novos mísseis.

Para isso, serão realizados dois estudos. O primeiro para descobrir se é possível desabilitar mísseis rivais com satélites revestidos de lasers, sendo direcionados US$ 15 milhões (aproximadamente R$ 56,8 mi) para isso. A expectativa é de que seja finalizado em seis meses.

Na outra mão, estão os estudos voltados às armas de partículas neutras --capaz de deslocar mísseis com correntes de feixes sub-atômicos viajando em uma velocidade próxima à da luz.

Na última quarta-feira, os oficiais de defesa se mostraram confiantes em relação ao resultado das pesquisas, mas também com os pés no chão.

"Não podemos dizer que o experimento estará no espaço em tempo-recorde, mas estamos avançando em questão de prototipagem e demonstração. Isso significa que entendemos os custos necessários para alcançar o nosso objetivo", declarou um porta-voz do departamento.

Guerra estelar?

O desenvolvimento de tais tecnologias, no entanto, levanta uma preocupação em relação a uma futura disputa armamentista entre nações.

"A implantação de interceptores no espaço seria um desastre para a nossa estabilidade. A Rússia e a China reagiriam construindo novos mísseis balísticos, bem como outras armas, aumentando a ameaça aos equipamentos norte-americanos", disse Kingston Reif, diretor da política de desarmamento e ameaça na Associação de Controles de Armas, segundo o site "The Defense One".

Os Estados Unidos assinaram um tratado, em 1967, que impede a instalação de armas nucleares no espaço. Como lasers e feixes de partículas não se encaixam nessa característica, os oficiais não enxergam um problema.

De qualquer forma, fica o temor de que uma guerra espacial comece a tomar corpo.