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O que aconteceria se um asteroide atingisse a Terra?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Renan Dionísio

Especial para o UOL

10/05/2019 04h00

Na semana passada, de 29 de abril a 03 de maio, aconteceu, em Washington DC, nos Estados Unidos a 6ª Conferência de Defesa Planetária da IAA (Academia Internacional de Astronáutica). O evento debateu sobre meios de defender a Terra em caso de cometas ou asteroides virem em direção ao planeta.

O evento reuniu um grande número de especialistas espaciais, incluindo a Nasa, a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) e a Agência Espacial Europeia (ESA). E contou com a primeira cobertura ao vivo do evento, por meio das redes sociais.

A conferência durou apenas cinco dias, mas na simulação se passaram oito anos. O cenário hipotético contou desde a descoberta do asteroide, o 2019 PCD, em 26 de março de 2019 até a tentativa falha de impedir a colisão, 29 de abril de 2027.

Durante o exercício, a Nasa e as outras agências tiveram que obter o maior número de informações sobre o asteroide, como tamanho, velocidade, se o choque vai acontecer e onde vai cair, para encontrar a melhor forma de combater a rocha.

Os participantes receberam atualizações diárias e, a partir dessas informações, debatiam sobre as possíveis ações a serem tomadas.

Dentro da simulação, em 2021, a Nasa enviou uma missão de reconhecimento para descobrir mais sobre o asteroide. Em 2024 foram enviadas três sondas para colidir com a rocha espacial e desviar a rota dela. Boa parte da rocha foi desviada, porém, um fragmento quebrado em torno de 60 metros continuou na direção da terra.

Após calcularem a rota do fragmento, evacuaram a região de Nova York e, no dia 29 de abril de 2027, 2019 PCD entrou na atmosfera terrestre com velocidade de 19km/s e atingiu o Central Park, liberando de 5 a 20 megatons de energia.

Essa força de impacto destruiria um raio de 15 quilômetros, acabando com o distrito de Manhattan inteiro. A força da explosão de ar não deixaria nenhum sobrevivente numa área de aproximadamente 80 quilômetros quadrados e os danos se estenderiam até 68 quilômetros do ponto de colisão.

Mesmo com a tentativa falha de deter o asteroide, essas simulações ajudam a explorar respostas para alguns problemas logísticos em casos reais. Exemplo, como os cidadãos se comportariam e como seriam realizadas as evacuações de grandes cidades, como Nova York?

De acordo com a ESA, impactos de asteroides são o único desastre natural que conseguimos prevenir e descobrir com muitos anos de antecedência. Com a ajuda das tecnologias atuais, como telescópios ao redor do mundo, conseguimos descobrir asteroides potencialmente perigosos e tecnologias futuras, como a nave espacial DART, da Nasa, serão primordiais para nos proteger.