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Estudo nos EUA diz que uso de celulares em hospitais é seguro

12/03/2007 14h02

WASHINGTON (Reuters) - Telefonemas feitos com celulares não afetam equipamentos médicos de hospitais, constataram pesquisadores norte-americanos, mas os alarmes contra roubo de algumas lojas podem causar funcionamento incorreto de aparelhos implantados em corações.

Testes conduzidos na Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota, demonstraram que o uso normal de celulares não causa interferência perceptível no equipamento usado para tratar pacientes, de acordo com a pesquisa.

Mas um player portátil de CDs causou leitura anormal em um eletrocardiograma, quando usado por um paciente perto de uma das superfícies de contato do aparelho, de acordo com um dos diversos relatórios publicados na edição de março da revista Mayo Clinic Proceedings.

E pelo menos dois dos relatórios sugerem que os dispositivos contra roubo instalados perto de portas de lojas podem causar defeitos no funcionamento de equipamento rítmico implantado, como marca-passos e desfibriladores.

O doutor David Hayes e seus colegas disseram que seus testes sugerem que a proibição de celulares em hospitais não tem justificativa. Eles testaram aparelhos de dois padrões tecnológicos e de diversas operadoras, fazendo ligações na proximidade de 192 equipamentos médicos diferentes.

Ao longo de 300 testes, executados em prazo de cinco meses, eles não registraram qualquer problema com os equipamentos.

Mas nem todas as tecnologias se misturam bem com equipamentos médicos.

O doutor J. Rod Gimbel, da East Tennessee Heart Consultants, e o médico James Cox, do University of Tennessee Medical Center, em Knoxville, descreveram dois casos em que alarmes contra roubo causaram anomalias no funcionamento de equipamentos implantados em corações.

Uma dos pacientes tinha um marca-passo e desmaiou depois de parar na entrada de uma loja protegida por um alarme desse tipo. O outro usava um desfibrilador implantado que lhe causou choque elétrico quando ele parou ao lado de uma unidade de alarme.

Os dispositivos, conhecidos como sistemas de vigilância eletrônica de produtos, ou EAS, funcionam com um campo eletromagnético, e mais de um milhão deles estão em uso no mundo, segundo os médicos que conduziram o teste.