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Maconha que circula nos EUA está mais potente, diz estudo

<br/> Por Maggie Fox

25/04/2007 15h51

WASHINGTON (Reuters) - A maconha vendida nas ruas dos Estados Unidos está mais potente que nunca, o que pode explicar o aumento no número de emergências médicas envolvendo a droga, disseram especialistas do governo norte-americano na quarta-feira.

Análises de amostras de maconha e haxixe apreendidos mostram que o material está mais potente, afirmaram a Casa Branca e o Instituto Nacional para o Consumo Abusivo de Drogas.

Eles citaram dados do Projeto sobre a Potência da Maconha, da Universidade do Mississippi, que mostram que os níveis médios de THC, o ingrediente ativo da maconha, subiu de 7 por cento em 2003 para 8,5 por cento em 2006. O nível vem crescendo desde 1988, quando era de 3,5 por cento.

Nora Volkow, do instituto, teme que o problema não esteja sendo levado a sério porque os adultos lembram-se da maconha de sua juventude, com a idéia de que ela é inofensiva. "Não é o mesmo tipo de maconha", disse ela numa entrevista por telefone.

Foram analisadas quase 60 mil amostras de maconha, 1.225 amostras de haxixe e 443 de óleo de haxixe apreendidas desde 1975. "A maior concentração (de THC) encontrada numa amostra de cannabis (maconha) foi de 33,12 por cento, da polícia de Oregon", afirma o levantamento.

As concentrações no haxixe e no óleo de haxixe são bem mais altas, já que eles são feitos com a planta processada.

"O estudo ressalta que não estamos mais falando da droga dos anos 1960 ou 1970. Isso é maconha 2.0," disse numa nota John Walters, diretor da Política Nacional de Controle de Drogas.

Segundo Volkow, a demanda fez com que os agricultores plantassem variedades mais fortes. "É o mercado", disse ela. "No mercado, favorecem-se os melhores tomates. Quando as pessoas compram maconha, elas não querem um baseado fraco."

O instituto de Volkow vem estudando os efeitos da cannabis, cujo ingrediente ativo é muito semelhante a substâncias químicas do cérebro chamadas canabinóides endógenos. "É claramente viciante", disse ela.

De acordo com ela, o uso de maconha por crianças e adolescentes pode afetar seu cérebro, que ainda está em desenvolvimento.

O levantamento afirmou que mais de 60 por cento dos adolescentes tratados por uso abusivo de drogas ou dependência dizem que a maconha é a droga que mais consomem.

Segundo a Pesquisa Nacional sobre o Uso de Drogas e a Saúde, 4,1 milhões de norte-americanos, ou 1,7 por cento da população, afirmam usar maconha.