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Nasa busca ajuda do setor privado para voltar à Lua

Por Ed Stoddard

28/05/2007 10h48

DALLAS, Estados Unidos (Reuters) - A Nasa está no mercado à procura de parceiros comerciais e de capital privado à medida que se prepara para novas missões tripuladas à Lua.

"Isso tornaria nossa vida muito mais fácil", disse Neil Woodward, diretor interino do Exploration Systems Mission Directorate da Nasa.

A agência espacial norte-americana espera retornar à Lua em 2019 ou 2020 e tem planos de longo prazo para enviar seres humanos para Marte, depois disso.

"Se alguém disser que 'tenho uma maneira ótima de permitir a extração de água do regolito lunar (camada rochosa da Lua), que desenvolvi a meu próprio custo', nós estaríamos interessados", afirmou Woodward.

"Se pudermos estabelecer um relacionamento comercial com alguém que tenha a capacidade, isso seria ótimo, porque em muitos casos eles seriam capazes de fazer o serviço a custo inferior ao nosso", disse ele à Reuters durante uma conferência sobre desenvolvimento espacial em Dallas.

O uso de capital de risco no ramo de exploração espacial foi um dos temas centrais da conferência.

Os planos lunares da Nasa prevêem a construção de uma estação na Lua que ficaria ocupada de maneira ininterrupta, semelhante ao que acontece com a Estação Espacial Internacional.

"Talvez nessa altura já haja exploração comercial e nós não enviaremos mais missões lunares, mas algumas empresas comerciais poderiam começar a mandar pessoas para lá", disse Woodward.

Outros empreendimentos comerciais no espaço incluem a possibilidade de serviços de reabastecimento de combustível.

"Uma coisa que já foi mencionada diversas vezes é a criação de um depósito orbital de combustível, em órbita baixa sobre a Terra. Se alguém construísse algo assim e perguntasse se a Nasa deseja ser cliente dessa empreitada, responderíamos que sim, pois as contas indicariam que a idéia seria vantajosa para nós", afirmou Woodward.

"Estamos tentando ajudar algumas entidades comerciais a demonstrar que podem realizar reabastecimento em órbita baixa da Terra, digamos para a estação espacial, e assim que provarem que são capazes de fazê-lo, poderemos contratá-las e não teremos mais de cuidar desse trabalho."

Ele afirmou que tais empreendimentos poderiam ser aplicados em outros elos da cadeia de suprimentos da Terra ao espaço.

"A estação espacial precisa de uma tremenda quantidade de alimentos e água e experimentos científicos vão e voltam -- teremos que pagar aos russos para fazer isso depois que a frota de ônibus espaciais for aposentada", disse Woodward, referindo-se à data de 2010.

"Seria muito melhor se companhias norte-americanas tivessem a capacidade para isso, e, supostamente, por serem privadas, elas poderiam fazer isso mais barato", disse ele, acrescentando que tais iniciativas são bem-vindas para missões lunares.