Cartilagem de tubarão não ajuda contra câncer de pulmão
Produtos de cartilagem de tubarão foram comercializados por várias empresas durante anos como sendo produtos "alternativos", e uma empresa canadense, a Aeterna Zentaris Inc., estava desenvolvendo um produto do gênero como um remédio farmacêutico registrado.
Mas o amplo estudo, patrocinado pelo Instituto Nacional de Câncer, mostrou definitivamente que o produto não funcionou, disseram especialistas durante uma reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica em Chicago.
O estudo combina com vários outros que haviam sido publicados nos últimos anos mostrando que vários produtos feitos com cartilagem de tubarão não ajudavam os pacientes com câncer a viver por mais tempo, e tampouco ajudavam a aliviar os sintomas da doença.
"Eu gostaria de esperar, eu gostaria de torcer para que isto tire do mercado este tipo de tratamento", disse em uma entrevista a Dra. Nancy Davidson, oncologista na Universidade Johns Hopkins University, em Baltimore. Ela está prestes a se tornar presidente da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
A empresa Aeterna Zentaris disse em março que havia interrompido o desenvolvimento de seu produto à base de cartilagem de tubarão, o Neovastat.
O Dr. Charles Lu e seus colegas do Centro de Câncer M.D. Anderson, da Universidade do Texas, testaram 379 pacientes com câncer de pulmão, que tomaram o Neovastat ou um produto com o mesmo gosto.
"É um extrato de cartilagem comum", disse Lu em uma entrevista por telefone.
Os pacientes descongelavam o líquido e o ingeriam diariamente. Fizeram isto durante mais de três anos. Todos também foram submetidos a quimioterapia e radiação. Os pacientes tinham câncer de pulmão em estágio 3, que já se espalhou nos pulmões e geralmente não pode ser retirado com cirurgia.
O grupo que tomou a cartilagem de tubarão não viveu mais do que os pacientes que tomaram o placebo. Uma média de 14,4 meses para os que tomaram Neovastat contra 15,6 meses para os que tomaram o placebo.
"Não é uma diferença significativa", disse Lu, acrescentando que a descoberta será útil para muitas pessoas.
No ano passado, o câncer de pulmão foi diagnosticado em mais de 174 mil americanos e matou mais de 160 mil. O câncer de pulmão mata 1,3 milhão de pessoas no mundo a cada ano.