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Estudo diz que celular não causa riscos à saúde no curto prazo

Da Reuters<br>Em Londres

12/09/2007 12h56

Telefones celulares não oferecem riscos a curto prazo para a saúde, mas ainda é cedo para afirmar se eles podem ou não causar câncer no cérebro ou se as crianças correm maior risco que os adultos, declararam cientistas britânicos nesta quarta-feira.

Na maior pesquisa feita no Reino Unido sobre possíveis problemas decorrentes do uso de aparelhos celulares, cientistas disseram que o trabalho feito ao longo de seis anos não encontrou evidências de que o uso de telefones celulares, a curto prazo, afetaria funções cerebrais ou mesmo poderia causar câncer no cérebro.

Mas o professor Lawrie Challis, presidente do Mobile Telecommunications and Health Research Programme (MTHR, programa de pesquisa em saúde e telecomunicações móveis), disse que nas pesquisas feitas até hoje participaram poucas pessoas que usaram celular por um período de 10 anos ou mais. O projeto tem um orçamento de mais de 8,8 milhões de libras (17,9 milhões de dólares).

"Não podemos rejeitar a possibilidade de que a partir desse tempo de uso o câncer possa aparecer num prazo de poucos anos", afirmou Challis numa conferência. "A maior parte dos cânceres levam 10 anos para surgir."

O pesquisador também observou que os estudos do Reino Unido que compõem o relatório não examinaram crianças. Cientistas britânicos preferiram, por motivos éticos, não expor crianças a campos de rádio-frequência (RF), afirmou o professor.

Contudo, ele notou que seria possível que crianças fossem mais sensíveis à radiação RF do que adultos e disse que um segundo programa do MTHR está em andamento, envolvendo 200 mil pessoas na Dinamarca, Finlândia, Suécia e Grã-Bretanha.

O programa MTHR foi fundado em conjunto pelo governo e pelas empresas de telecomunicações. Contudo, a indústria de telecomunicação, segundo Challis, simplesmente "assinou os cheques".

Cientistas ao redor do mundo têm monitorado os efeitos dos campos de rádiofreqüência na saúde humana há cerca de 60 anos.

Apesar das evidências até agora não indicarem riscos à saúde decorrentes do uso de telefones celulares, a preocupação pública cresce cada vez mais conforme as pessoas usam de forma mais intensa essa tecnologia no dia-a-dia.