Groenlândia e Amazônia dão "aviso" sobre aquecimento, diz estudo
Em artigo publicado na revista Proceedings, da Academia de Ciências dos EUA, eles pedem aos governos que dêem mais atenção a pequenas mudanças que podem levar a alterações catastróficas, como o degelo do Ártico no verão ou perturbações nas monções do Índico.
"A sociedade pode ser seduzida para a falsa sensação de segurança das projeções brandas da mudança global", disse o artigo.
"A maior e mais clara ameaça é no Ártico, (onde) a perda do gelo marinho no verão deve ocorrer muito antes - e potencialmente contribuir com - o derretimento da capa de gelo da Groenlândia", escreveram os cientistas.
"Elementos de alerta nos trópicos, na zona boreal e no oeste da Antártida estão cercados por grande incerteza", acrescentaram os cientistas, para quem há possibilidade de mais mudanças abruptas do que as apontadas e um relatório de 2007 do Painel Climático da ONU.
A perspectiva de ressecamento da bacia Amazônia, provocado pelo desmatamento e o aquecimento global, pode levar ao apodrecimento da floresta.
"Muitos desses pontos de alerta podem estar mais perto do que pensávamos", disse à Reuters o principal autor do estudo, Timothy Lenton, da Universidade de East Anglia (Reino Unido).
Outras mudanças repentinas ligadas ao aquecimento global, provocado em grande parte pelo uso de combustíveis fósseis, incluem o apodrecimento de florestas boreais de coníferas, ou um aquecimento mais intenso do oceano Pacífico durante o fenômeno El Niño, que por sua vez provoca alterações climáticas globais, segundo os pesquisadores.
Um dos poucos efeitos positivos identificados pelos cientistas nessas mudanças abruptas seria que o Saara e o Sahel ficariam mais férteis em caso de perturbação nas chuvas monsônicas no oeste da África.