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Dispositivo na ponta da língua pode ajudar cadeirantes

Da Reuters<br>Em Washington

30/06/2008 20h43

Um novo dispositivo que usa um pequeno ímã pode ajudar cadeirantes a operar um computador usando apenas a ponta da língua, afirmaram pesquisadores norte-americanos nesta segunda-feira.

O ímã, do tamanho de um grão de arroz, permite às pessoas direcionar o movimento de um cursor numa tela de computador ou controlar uma cadeira de rodas elétrica em movimento.

Ele é facilmente implantado sob a língua, afirmou a equipe de pesquisa no Georgia Institute of Technology.

Gary Meek/Georgia Tech
Maysam Ghovanloo (à esquerda) mostra o pequeno dispositivo na língua do estudante Xueliang Huo. O ímã permite que cadeirantes movimentem cadeiras de rodas e usem o computador sem as mãos
ÁLBUM DO MÊS
"Escolhemos a língua para operar o sistema porque, diferentemente dos pés e das mãos, que são controlado no cérebro pela medula espinhal, a língua é diretamente conectada ao cérebro pelo nervo craniano, que geralmente não é danificado em diversas lesões na medula espinhal ou doenças neuromusculares", afirmou Maysam Ghovanloo, professor assistente que ajudou a conduzir o trabalho.

"Os movimentos da língua também são rápidos, precisos e não requerem muito pensamento, concentração ou esforço".

Um fone com sensores de campo magnético detecta o marcador colocado na língua e transmite os sinais, sem fio, para um computador portátil, que pode ser carregado nas roupas do usuários ou na cadeira de rodas.

"Este dispositivo pode revolucionar o campo das tecnologias assistivas ao ajudar indivíduos com diversas limitações, como aqueles com lesões profundas na medula espinhal, a voltar a ter uma vida rica, ativa, independente e produtiva", afirmou Ghovanloo em comunicado.

A equipe anunciou seu dispositivo para um encontro da Sociedade da Tecnologia Assistiva e Engenharia de Reabilitação da América do Norte, em Washington.

Os pesquisadores afirmaram que o computador pode ser programado para reconhecer um conjunto específico de movimento da língua para cada usuário. "Um indivíduo pode potencialmente treinar nosso sistema para reconhecer o toque de cada dente com a língua como um comando diferente", apontou Ghovanloo.

Os pesquisadores testaram o sistema Tongue Drive em 12 voluntários sadios e agora planejam testar em pessoas deficientes, colocou Ghovanloo.

(Reportagem de Maggie Fox)