Topo

Novo modelo de coração virtual relembra desenhos de Da Vinci

Por Michael Kahn<br>Em Londres

22/10/2008 16h42

Cinco séculos depois que os intrincados desenhos de Leonardo da Vinci transformaram a compreensão do coração humano, um novo modelo de computador promete fazer o mesmo para o trabalho dos profissionais cardíacos modernos, dizem especialistas.

O modelo - tão realista que suas quatro câmaras batem, na tela, com o mesmo ritmo assimétrico que um coração humano demonstra no corpo - foi desenvolvido por três médicos britânicos que dizem que sua criação melhorará tanto o treinamento quanto o trabalho cirúrgico.

Os intrincados detalhes do modelo tridimensional, somados a animações realistas que os médicos poderão manipular facilmente tornam o coração cibernético único, disse Sue Wright, anestesiologista do Heart Hospital de Londres, que ajudou a projetar o modelo.

"Podemos fatiá-lo, girá-lo e observá-lo de qualquer ângulo. Reproduzimos o ritmo do batimento cardíaco humano com precisão de 20 milésimos de segundo", afirmou ela em entrevista.

O novo modelo conduzirá a melhores tratamentos cardíacos, disse Robert Anderson, especialista em estrutura cardíaca no University College London.

Os desenhos do mestre italiano demonstravam que o coração era um músculo dotado de quatro câmaras, ele apontou. Também sugeriam a possibilidade de que artérias se bloqueassem ao longo da vida, acarretando riscos de saúde.

"Na época, os desenhos de Da Vinci possibilitaram uma nova abordagem quanto à compreensão da estrutura cardíaca", disse Anderson, que também é professor visitante na Medical University of South Carolina. "O novo modelo é igualmente importante, porque estabelece um novo paradigma para a compreensão da estrutura cardíaca."

O setor farmacêutico está considerando modelos virtuais do corpo humano como possível maneira mais rápida e com melhor custo/benefício de prever como os medicamentos que estão em desenvolvimento poderiam atuar sobre diferentes partes do corpo.

Os três médicos do Heart Hospital de Londres dizem ter projetado seu coração virtual por sentirem que os atuais modelos bidimensionais não ofereciam precisão suficiente.

(Reportagem dey Michael Kahn)