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Pesquisadores brasileiros apresentam fósseis de 'crocodilo-tatu'

Da Reuters<br>No Rio de Janeiro

07/07/2009 17h14

Pesquisadores apresentaram nesta terça-feira (7) partes do fóssil original de uma espécie de crocodilo, encontrada no interior de São Paulo, que afirmam ser única e distinta de todos os animais desse tipo que já viveram na Terra.

Arquivo Folha Imagem
Reconstituição artística do Armadillosuschus arrudai, espécie de crocodilo com carapaça de tatu de 90 milhões de anos, cujos fósseis foram encontrados no interior de SP
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O Armadillosuschus arrudai, com cerca de 2 metros de comprimento e peso estimado de 120 quilos, tinha uma carapaça semelhante à de um tatu e viveu num clima quente e seco, segundo os pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com crânio largo, focinho curto e estreito e placas ósseas distribuídas como armadura no pescoço e dorso, o crocodilo-tatu viveu há há 90 milhões anos.

"O Armadillosuchus só é encontrado no interior do Estado de São Paulo, e isso tem sido uma surpresa, inclusive pela possibilidade de se quebrar essa reflexão de que ao encontrarmos crocodilos estamos numa condição climática quente e úmida", disse a jornalistas o paleontólogo da UFRJ Ismar de Souza Carvalho.

"Nesse caso, eles são crocodilos que vivem num clima bastante quente, seco e árido", afirmou. Segundo os pesquisadores, o animal viveu no período Cretáceo, com temperaturas diurnas de 45 graus Celsius.

O animal habitava numa região denominada Bacia Bauru, que abrangia o interior dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e o norte do Paraná.

Os fósseis do Armadillosuschus arrudai - incluindo cabeça, costela e pata - foram encontrados no município paulista de General Salgado pelo professor Tadeu Arruda em 2005. O artigo científico relatando a descoberta do animal foi publicado no "Journal of South America Earth Sciences" no final do ano passado.

"A partir do momento que a gente tem algo único, adpatado a condições ambientais e climáticas que até então eram desconhecidas, e com crocodilos capazes de se desenvolverem nesse tipo de ambiente, a perspectiva da interpretação paleoambiental e paleoecológica pode ser vista com outros olhos", acrescentou o paleontólogo, um dos autores do artigo.

(Por Pedro Fonseca, com reportagem da Reuters TV)


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