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Enciclopédia da Vida cresce e ajuda em estudo de mudança climática

Por Alister Doyle

24/08/2009 09h34

Uma enciclopédia online que tem por objetivo descrever todos os animais e plantas do planeta atingiu os 170 mil verbetes e está ajudando nas pesquisas sobre envelhecimento, mudança climática e até mesmo difusão de pragas de insetos.

A "Encyclopedia of Life" (http://www.eol.org), um projeto com custo estimado em 100 milhões de dólares, lançado em 2007, afirma que deseja descrever todos os 1,8 milhão de espécies conhecidas, de abóboras a zebras, em prazo de uma década.

"Estamos ganhando velocidade", disse no domingo James Edwards, diretor executivo da EOL, na Smithsonian Institution, de Washington, sobre os 170 mil verbetes cujo conteúdo adota um formato comum fiscalizado por especialistas. Um ano atrás, havia 30 mil verbetes.

Ele disse que qualquer pessoa, de cientistas a estudantes, poderia usar a EOL como "guia de campo" ou contribuir com fotos e observações de um animal em uma área na qual ele não tenha sido observado anteriormente, o que em certos casos pode ser sinal de mudança climática.

A enciclopédia está ajudando cientistas a estudar o envelhecimento humano ao estudar as longevidades amplamente diferenciadas de espécies aparentadas.

Um morcego latino-americano, o Tadaurida brasiliensis, vive muito mais do que camundongos de tamanho semelhante que lhe são aparentados, talvez porque seu corpo contenha um mecanismo que limita os danos à proteínas das células. E algumas borboletas que se alimentam de frutas vivem por mais tempo do que espécies a elas relacionadas.

"O projeto está funcionando realmente bem; a comunidade de cientistas que trabalha em envelhecimento adotou a EOL", disse Edwards à Reuters.

E a enciclopédia está procurando ajudar no combate a pragas agrícolas como mariposas dos Bálcãs que se espalharam rapidamente por toda a Europa nas últimas duas décadas. Elas atacam as folhas dos ésculos e as tornam marrons pela metade do verão.

A mariposa, Cameraria ohridella, "agora é comum em toda a Europa e representa ameaça a ecossistemas no Sudeste Asiático, América do Norte e outras áreas em que os ésculos são comuns", disse David Lees, do Natural History Museum, de Londres, e do grupo francês de pesquisa agrícola INRA.