Topo

Acordo sobre clima só sairá no último minuto da conferência

Por Krittivas Mukherjee e Muriel Boselli<br>Da Reuters

14/10/2009 16h29

O mundo pode ter que esperar até os últimos momentos da cúpula da ONU sobre o clima, em dezembro, por um acordo que canalize os dólares das empresas para energia de baixo-carbono, afirmaram analistas e empresários na quarta-feira.

Altos executivos advertiram que até agora o andamento das negociações climáticas para garantir a existência de futuros mercados de baixo-carbono estão abaixo do esperado. Um acordo sobre esta questão poderia mudar a forma como o mundo obtém energia.

Posicionamentos políticos devem adiar um acordo até a meia-noite do último dia da conferência, que ocorrerá entre 7 e 18 de dezembro, afirmou o chefe do painel climático da ONU, Rajendra Pachauri. Apesar disso, ele está otimista de que um acordo possa colocar o mundo "no caminho certo".

"O espaço de manobra estará lá mesmo no golpe da meia-noite, quando a conferência estiver terminando", disse Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

O diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Nobuo Tanaka, não estava certo sobre o resultado das negociações da ONU, que serão retomadas em Barcelona no dia 2 de novembro, mas afirmou que a recessão deu ao mundo uma vantagem ao provocar a maior queda nas emissões de carbono em 40 anos.

"Em geral, o resultado real das negociações aparece no último minuto, então não sabemos. Sentimos que essa crise econômica proporciona uma janela de oportunidade", disse ele numa reunião da AIE em Paris.

Líderes empresariais afirmaram que as medidas tomadas até agora eram inadequadas para mobilizar os bilhões de dólares necessários para converter a economia global para fontes energéticas de baixo-carbono, mais enxutas, como as energias solar e eólica.

"Nós não podemos esperar que as empresas invistam bilhões e bilhões de dólares quando não estamos convencidos de que haverá mercado, afirmou o diretor de energia da General Electric Co, John Krenicki, acrescentando que os incentivos fiscais dos Estados Unidos para energia renovável, por exemplo, terminariam em dois anos.

Ele disse que os governos deveriam chegar a um acordo em Copenhague sobre as metas de cortes de carbono: "No momento não temos muita coisa".