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Cérebro de camundongos pode fornecer insights para doenças da mente humana

Menino segura um camundongo durante a mostra "Tudo Sobre Animais" em Toronto, Canadá, em abril de 2014 - Zou Zheng/Xinhua
Menino segura um camundongo durante a mostra "Tudo Sobre Animais" em Toronto, Canadá, em abril de 2014 Imagem: Zou Zheng/Xinhua

03/03/2015 17h22

O cérebro de embriões de camundongos que receberam injeções com pedaços do DNA humano cresceram 12 por cento mais que os que receberam os mesmo genes do DNA de chimpanzés. Os cientistas da Universidade Duke escreveram para o periódico Current Biology e afirmaram que o experimento demonstrou a função de uma sequência de genes em particular, a HARE5, no desenvolvimento do cérebro humano – muito mais pesado e complexo que o de nossos primos próximos.

A pesquisa talvez também ajude a revelar por que os seres humanos contraem doenças como o mal de Alzheimer e o autismo, o que não ocorre com os chimpanzés.

Maior é melhor, para uma evolução bem sucedida.

De acordo com a regra de Cope, a evolução favorece os corpos maiores e isso sugere uma tendência de aumento do tamanho médio dos animais do planeta. Embora a hipótese possua apoiadores, as evidências a seu favor são insuficientes.

Um estudo amplo sobre animais marinhos agora sugere que a regra de Cope pode ser válida, ao menos debaixo d'água.

Pesquisadores da Universidade Stanford analisaram registros fósseis do período Cambriano de 542 milhões de anos, durante quatro anos, e depois compilaram informações sobre o tamanho do corpo de mais de 17 mil gêneros de animais marinhos.

Os cientistas descobriram que o tamanho mínimo do corpo de animais marinhos diminuiu até dez por cento ao longo do período enquanto que o tamanho máximo aumentou em cem vezes. De um modo geral, o tamanho médio corporal aumentou 150 por cento, relataram os pesquisadores.

"A hipótese de que a evolução não segue uma tendência direcional, de que eventos e impulsos aleatórios podem gerar aumento de tamanho e complexidade teve apoiadores durante muito tempo. Esse modelo simplesmente não é compatível com a tendência que observamos", afirmou Noel Heim, paleontologista da universidade e principal autor do estudo.

De acordo com Heim e seus colegas, que publicaram suas descobertas na revista Science, a preferência evolutiva por corpos maiores pode ter diversas razões. As taxas de metabolismo de animais maiores costumam ser mais rápidas, o que permite que sejam mais ativos, e a variedade de tamanhos pode reduzir a competição por certos tipos de alimentos e outros recursos.

"A oxigenação dos oceanos também aumentou ao longo do tempo, o que possibilita que os animais sejam maiores", afirmou.

O sons emitidos pela mãe são fundamentais para o cérebro do bebê

Diversos estudos demonstraram que a voz da mãe tem um papel importante na fase inicial de desenvolvimento dos bebês. Pesquisadores agora demonstraram que o cérebro em si talvez necessite da voz e da batida do coração da mãe para se desenvolver.

Pesquisadores do Hospital da Mulher de Brigham, em Boston, estudaram 40 bebês que nasceram de 8 a 15 semanas antes do tempo. Assim como a maioria dos recém-nascidos muito prematuros, eles ficaram dentro de incubadoras e passaram pouco tempo com as mães.

"Bebês assim prematuros são basicamente fetos que acabaram fora do útero por acidente", afirmou Amir Lahav, professor adjunto de pediatria da Faculdade de Medicina de Harvard e principal autor do estudo.

Os pesquisadores colocaram alto-falantes minúsculos dentro das incubadoras e reproduziram, para metade dos bebês, o som da voz e das batidas do coração de sua mãe durante três horas todos os dias. A outra metade continuou ouvindo esses sons apenas de forma natural.

Trinta dias depois, o córtex – centro de processamento auditivo do cérebro – dos recém-nascidos do primeiro grupo tinha crescido bem mais que o do segundo grupo. Publicadas no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, as descobertas podem ajudar na orientação de médicos e pais que cuidam de bebês prematuros, que muitas vezes apresentam problemas cognitivos e de desenvolvimento.

"Isto faz parte da fórmula de como desenvolver um bebê. Qualquer desvio da fórmula original" pode resultar em problemas de desenvolvimento, afirmou Lahav.