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Cuba e Venezuela vêm anunciar que a campanha finalmente esquentou em SP

Apesar da vantagem do tucano Covas, última pesquisa Datafolha mostra Boulos em ascensão. Até domingo candidatos vão buscar votos decisivos - Mariana Pekin/UOL
Apesar da vantagem do tucano Covas, última pesquisa Datafolha mostra Boulos em ascensão. Até domingo candidatos vão buscar votos decisivos Imagem: Mariana Pekin/UOL

Colunista do UOL

25/11/2020 17h18Atualizada em 25/11/2020 21h09

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Demorou, mas a campanha eleitoral em São Paulo esquentou na terça-feira (24), após a divulgação do novo Datafolha, que mostrou uma oscilação de Bruno Covas (PSDB) para baixo e de Guilherme Boulos (PSOL) para cima, diminuindo para dez pontos a diferença entre os dois candidatos.

Há uma semana, Covas tinha 58% dos votos válidos, e Boulos, 42%. Agora, Covas caiu para 55% e Boulos subiu para 45%, dentro da margem de erro.

Ainda é uma diferença grande, mas as curvas se inverteram a quatro dias da eleição.

Em entrevistas à rádio CBN, os dois candidatos subiram o tom dos ataques ao adversário.

Irritado com perguntas sobre o seu vice, o enrolado Ricardo Nunes (MDB), Covas deixou a fleuma de lado e atacou a imprensa:

"Vocês querem acabar com a vida do meu vice, sem nenhuma denúncia, lembrando que a queixa contra Nunes foi retirada. É impressionante como a imprensa é pautada pela campanha do PSOL. Eu fico horrorizado com isso".

Venezuela e Cuba entram em cena

Pela primeira vez, o prefeito levou o embate com Boulos para o lado ideológico para caracterizar o psolista como radical, sem citar o nome dele.

"A partir do momento em que, somente por uma visão ideológica, achar que, por exemplo, Venezuela e Cuba são democracias porque têm eleição, é claro que isso mostra um radicalismo", mas rechaçou comparação com Bolsonaro, que na campanha de 2018 também usava Cuba e Venezuela para desclassificar adversários.

"Querer me comparar a Bolsonaro é uma ginástica argumentativa mais difícil do que um triplo carpado da Daiane dos Santos".

Hoje, também em entrevista à CBN, Boulos reagiu:

"Eu sou candidato a prefeito de São Paulo, não a prefeito de Caracas. Não tem o menor sentido trazer a questão de Venezuela, de Cuba. Quando Bruno Covas faz isso, me parece que é um certo desespero. Nem é o perfil dele, que sempre foi uma pessoa mais moderada, nunca foi uma pessoa de extremismos".

Atrás dos votos, de jovens e idosos

Na reta final, Covas e Boulos fizeram ajustes em suas estratégias baseados nos números do Datafolha.

Covas investiu pesadamente nas redes sociais para atingir o eleitorado jovem, onde Boulos leva ampla vantagem (65% a 35%).

Na outra ponta, Luiza Erundina, a vice de Boulos, busca atrair o eleitorado mais velho em que o prefeito ganha disparado (73% a 27%).

Entre entrevistas e sabatinas, já que não podem fazer comícios por causa da pandemia, os dois candidatos procuram mostrar suas diferenças sobre o modelo de cidade que defendem e as políticas sociais que pretendem adotar, com mais ou menos funcionários públicos.

Covas atinge melhor avaliação; Boulos aposta na virada

Boulos quer promover concursos e Covas defende a terceirização para a iniciativa privada de quase todos os serviços.

Covas é mais forte entre aposentados (76%) e, Boulos, entre os funcionários públicos (74%).

No mesmo Datafolha, o prefeito atingiu sua melhor avaliação (35% de ótimo e bom) desde o início da campanha.

Se a eleição fosse hoje, Covas ganharia, mas Boulos ainda espera uma virada até domingo.

Eu não arrisco palpite.

Vida que segue.