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Chico Alves

REPORTAGEM

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Para general, idolatria a Bolsonaro está dividindo militares da reserva

General Paulo Chagas - Sergio Lima/Folhapress
General Paulo Chagas Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Colunista do UOL

07/06/2021 11h45

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O general reformado Paulo Chagas publicou hoje em sua página no Facebook um extenso texto intitulado "Uma idolatria, cega e pouco inteligente, está dividindo a reserva das Forças Armadas". Na publicação, Chagas afirma que uma parte dos colegas inativos está contaminada por "mitomania" e "pelo culto à personalidade de um homem cuja cultura, militar e acadêmica, não ultrapassa o nível da sola dos seus sapatos" e que não tem compromisso com o Brasil.

"Jair Bolsonaro, a quem eles parecem idolatrar e que tratam como o 'Salvador da Pátria' (como se isso existisse), é a antítese do Soldado", diz o general em seu texto. "Disciplina e hierarquia são coisas que Bolsonaro, quando em seu curto tempo no serviço ativo ou mesmo fora dele, nunca respeitou devidamente ou entendeu a importância"

O oficial se penitencia por ter feito campanha para o atual presidente e por tê-lo defendido em várias oportunidades. "Guardo na consciência o peso do erro de ter acreditado que os bons homens que o acompanharam e o orientaram na formação da melhor parte de seu ministério e na formação de seu 'protocolo de intenções' seriam capazes de controlá-lo e orientá-lo durante o governo".

Chagas lamenta os ataques ao general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, por suas severas críticas ao governo federal. Para o autor da publicação, esses colegas reformados que atacam Santos Cruz desdenham da verdade "como cegos que não querem enxergar".

Depois de afirmar que Bolsonaro não cumpriu o plano de governo anunciado na campanha "por interesses pessoais e familiares", o general constata "no âmbito dos inativos das Forças Armadas, uma divisão provocada pela idolatria a um despreparado mal-intencionado". Para ele, esse racha tem se agravado, o que agradaria aos "extremistas de esquerda" que querem voltar ao poder.

O oficial termina o texto fazendo votos para que os comandantes militares mantenham essa divisão fora dos navios, quartéis e bases aéreas.