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Polícia arquiva investigação sobre 'denúncia' de comunismo em escola
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A Polícia Civil do Rio arquivou a investigação com base em denúncia enviada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) de que uma escola pública de Resende estaria expondo alunos a "conceitos comunistas" e "ideologias de gênero". Segundo a assessoria de comunicação da polícia, não foi encontrada nenhuma prova de ilegalidade contra professores do Colégio Municipal Getúlio Vargas.
Como a coluna informou, o ministério chefiado por Damares Alves enviou ao estabelecimento de ensino um "relato de ocorrência" baseado em denúncia anônima sobre o assunto. O diretor da escola, Paulo Henrique Nogueira, recebeu intimação no dia 18 de novembro e prestou depoimento à Polícia Civil quatro dias depois. A notificação foi criticada pela Associação dos Profissionais da Educação Municipal de Resende e pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro.
Professor de História da escola que foi alvo do MMFDH, Marcelo Klein diz que a resposta da comunidade escolar - pais de alunos, inclusive - foi de repúdio à denúncia. "Para a opinião pública, essa estratégia é ruim para o bolsonarismo. Isso evidencia o quanto eles são toscos", diz ele.
Klein explica que os professores trabalham em sala de aula o pensamento marxista assim como o pensamento liberal. "A denúncia distorce o conteúdo que é ensinado na escola, sobre materialismo científico, sobre sexualidade. Isso faz parte do currículo das áreas de Humanas e Ciências da Natureza", afirma.
Considerada uma cidade de hábitos conservadores, Resende tem muitos militares entre seus habitantes. Ali se localiza a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), centro responsável pela formação de oficiais que chegam à cúpula do Exército. O presidente Jair Bolsonaro foi aluno da Aman.
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