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Jamil Chade

Explosão destruiu armazém de remédios e equipamentos médicos; OMS intervém

Homem retira mulher ferida de escombros em Beirute - Getty Images
Homem retira mulher ferida de escombros em Beirute Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

06/08/2020 04h56

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A explosão que atingiu Beirute na terça-feira destruiu os principais armazéns que estocavam remédios essenciais, equipamentos médicos e material de proteção contra a covid-19. Na capital, três hospitais foram completamente destruídos e outros dois estão seriamente abalados.

Diante da crise sanitária, a Organização Mundial da Saúde anunciou na manhã desta quinta-feira que um avião carregando 20 toneladas de suprimentos de saúde pousou em Beirute para apoiar o tratamento de pacientes.

"Os suprimentos cobrirão mil intervenções e mil cirurgias para pessoas que sofreram ferimentos e queimaduras resultantes da explosão", indicou a agência.

O carregamento foi transportado por via aérea do centro logístico da OMS em Dubai, utilizando um avião doado pelo Governo dos Emirados Árabes Unidos.

"Estamos trabalhando junto às autoridades nacionais de saúde, parceiros de saúde e hospitais que tratam os feridos para identificar necessidades adicionais e assegurar apoio imediato", disse o representante da OMS no Líbano, Iman Shankiti.
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"Como resultado da explosão, 3 hospitais em Beirute agora não estão funcionando e 2 hospitais estão parcialmente danificados, deixando uma lacuna crítica na capacidade do leito hospitalar", apontou a OMS.

"Os pacientes feridos estão sendo transferidos para hospitais em todo o país, até o sul e o norte de Trípoli, e muitas instalações estão sobrecarregadas. A OMS distribuirá os suprimentos para hospitais prioritários em todo o Líbano, recebendo e tratando pacientes feridos", indicou a organização.

Uma das preocupações é com a possibilidade de que a pandemia ganhe espaço diante do colapso na infra-estrutura médica. Nesta quinta-feira, o governo indicou que precisa de leitos, remédios, máscaras e respiradores.

"Esta última emergência vem no contexto da recente agitação civil, uma grande crise econômica, surto de COVID-19 e o pesado fardo de refugiados", disse a OMS.

"A lendária resiliência do povo libanês raramente tem sido tão severamente testada. Garantir que haja continuidade na resposta à COVID-19 - inclusive visando os mais vulneráveis para assistência - é uma prioridade tanto para o Ministério da Saúde Pública quanto para a OMS", apontou.

"Com o surgimento de novos desafios devido ao último evento devastador, as Nações Unidas no Líbano e seus parceiros foram mobilizados para fornecer assistência humanitária imediata ao povo libanês em apoio à resposta do governo a esta tragédia. Estamos juntos nisto, e estamos comprometidos a apoiar o Líbano neste momento tão difícil", disse Najat Rochdi, coordenador residente da ONU no Líbano.