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Jamil Chade

REPORTAGEM

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ONU: guerra causará êxodo de 4 milhões de ucranianos; Rússia detém 1,8 mil

Colunista do UOL

25/02/2022 07h38

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O Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para Refugiados alertou hoje que, se a guerra na Ucrânia continuar, um total de 4 milhões de pessoas poderão fugir e buscar refúgio nos países da região. O alerta é feito num momento em que ataques se aproximam das grandes cidades da Ucrânia, enquanto famílias inteiras tentam chegar às fronteiras.

De acordo com a entidade, isso significa que quase 10% da população de um país de 44 milhões de habitantes seria afetada. A ONU ainda denuncia o governo da Rússia por "violar o direito internacional" e tomar ações que "ameaçam o direito à vida".

"Estamos registrando um movimento substancial de pessoas pelo país", disse uma porta-voz do Acnur. Segundo ela, 100 mil pessoas já deixaram suas casas e são vítimas de deslocamentos internos.

"Várias milhares de pessoas estão cruzando fronteiras", alertou. Só na Moldávia, foram 5.000 pessoas cruzando fronteiras em um dia. Na estrada entre a Ucrânia e Polônia, as filas para cruzar a fronteira chegam a 30 quilômetros, enquanto relatos apontam uma espera de até 15 horas.

A entidade ainda destaca que 127 civis foram mortos ou feridos nas primeiras horas da guerra, enquanto as previsões apontam que 7,5 milhões de crianças precisarão de ajuda dentro do país.

De acordo com a Unicef, há uma falta de combustível e dinheiro vivo no país, o que dificulta o atendimento a vítimas, enquanto a OMS alerta para déficit de remédios em hospitais.

Detenções arbitrárias

Num alerta sobre a situação de direitos humanos, a ONU ainda aponta que recebeu registros da prisão de 1.800 pessoas em 50 cidades russas por manifestar contra o avanço militar do Kremlin. Nessas operações, jornalistas também foram detidos pelas autoridades do governo de Vladimir Putin.

Para a ONU, trata-se de "prisões arbitrárias" e fatos "profundamente perturbadores". A entidade pediu "respeito" ao trabalho dos jornalistas e alertou que as ações militares "violam o direito internacional".

"Deter pessoas que exercem seus direitos de liberdade de expressão ou reunião pacífica constitui uma privação arbitrária de liberdade", declarou a porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani.

"Pedimos às autoridades que garantam a libertação imediata de todas as pessoas detidas arbitrariamente por terem exercido seus direitos", completou.