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Josias de Souza

REPORTAGEM

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Aras diz a Mendonça que não opera nos bastidores para obter vaga no Supremo

Arte/UOL/fotos Pedro França/Agência Senado e Kleyton Amorim/UOL
Imagem: Arte/UOL/fotos Pedro França/Agência Senado e Kleyton Amorim/UOL

Colunista do UOL

13/09/2021 18h00

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Terrivelmente evangélico, o ex-advogado-geral da União André Mendonça já recorreu ao diabo para apressar no Senado a análise de sua indicação para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. E nada. Continua empacado no primeiro estágio, a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça.

Presidente do colegiado, o senador Davi Alcolumbre submete Mendonça a um inédito chá de cadeira. Simultaneamente, trombeteia nos bastidores de Brasília sua preferência pelo procurador-geral da República Augusto Aras. Compartilha com outros caciques do Senado o desejo de que Bolsonaro troque Mendonça por Aras.

A pressão tornou-se tão intensa que Aras sentiu a necessidade de procurar Mendonça. Negou que esteja operando atrás das cortinas para puxar-lhe o tapete. Recém-reconduzido à chefia do Ministério Público, Aras declarou ao amigo que não ambiciona senão exercer a função por mais dois anos.

Aras soaria mais convincente se convocasse os repórteres para fazer duas declarações singelas diante dos refletores: 1) Não desejo ser ministro do Supremo. 2) Se for indicado pelo presidente da República recusarei a honraria, pois não abro mão de exercitar na Procuradoria, por mais um biênio, minha inaptidão para procurar.