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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Na propaganda do PSDB, João critica comportamento de Doria em 2018

O pré-candidato à presidência da República do PSDB, João Doria, compartilhou um vídeo que será utilizado nas inserções do partido na TV. Foto: reprodução/Twitter - O pré-candidato à presidência da República do PSDB, João Doria, compartilhou um vídeo que será utilizado nas inserções do partido na TV. Foto: reprodução/Twitter
O pré-candidato à presidência da República do PSDB, João Doria, compartilhou um vídeo que será utilizado nas inserções do partido na TV. Foto: reprodução/Twitter Imagem: O pré-candidato à presidência da República do PSDB, João Doria, compartilhou um vídeo que será utilizado nas inserções do partido na TV. Foto: reprodução/Twitter

Colunista do UOL

25/04/2022 17h59

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O PSDB exibe na noite nesta terça-feira (26), em horário nobre, a primeira peça de sua propaganda partidária nacional. O vídeo trata da sucessão presidencial. Nele, Doria é vendido apenas como João.

Na abertura, contra um pano de fundo que exibe panelaços rechaçando Dilma e Bolsonaro, o locutor declara: "Teve gente que votou em Bolsonaro para tirar o PT. Agora, tem gente que acha que a solução para tirar Bolsonaro é o PT. Quando você escolhe um para tirar o outro, o resultado é sempre o mesmo".

É como se João criticasse o comportamento de Doria. Na sucessão de 2018, o então candidato tucano ao governo de São Paulo chegou ao Palácio dos Bandeirantes cavalgando o híbrido Bolsodoria. "Ele já se penitenciou. "Foi um grande erro", costuma dizer. Abandonado, o padrinho Geraldo Alckmin, então candidato do PSDB ao Planalto, chamou o afilhado político de "traidor." Hoje, o traído é candidato a vice na chapa de Lula, o nome que o PT sugere ao eleitorado que escolha para "tirar o outro."

No final da propaganda, João aparece sentado numa escadaria, vestindo uma camiseta branca simples, que não orna com o guarda-roupa sofisticado de Doria. Ele enumera suas prioridades de candidato: "Comida no prato, emprego e dinheiro no bolso. É isso que o Brasil precisa. É possível fazer, sim."

Nesta segunda-feira, Doria se dispôs a colocar comida no prato dos dirigentes da terceira via num jantar em sua mansão. Farejando no encontro uma esperteza do João, Simone Tebet e Luciano Bivar, presidenciáveis do MDB e do União Brasil, apresentaram desculpas para não comparecer ao repasto.

O encontro será remarcado, em território neutro. Uma ala dos negociadores defende que compareçam apenas os dirigentes partidários, sem os candidatos.

Enquanto a terceira briga consigo mesma para agendar um simples jantar, Bolsonaro vai mastigando o eleitorado pelas beiradas, encurtando a margem de manobra dos adversários que sonham em ultrapassá-lo nas pesquisas, para se oferecer num hipotético segundo turno como alternativa real aos que "escolhem um para tirar o outro". Ou vice-versa.