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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Família Bolsonaro nega acusação de esquema para obter valores de assessores

Colunista do UOL

05/07/2021 04h00

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Ao ser informado sobre as gravações de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o advogado Frederick Wassef, que representa o presidente, negou ilegalidades e disse que existe uma antecipação da campanha eleitoral de 2022.

Wassef afirmou à coluna que os fatos narrados por Andrea "são narrativas de fatos inverídicos, inexistentes, jamais existiu qualquer esquema de rachadinha no gabinete do deputado Jair Bolsonaro ou de qualquer de seus filhos". Ele disse que se trata de uma "gravação clandestina à qual não tenho acesso, não conheço o conteúdo e não foi feita perícia".

Segundo Wassef, o que está ocorrendo "no Brasil, na verdade, é a antecipação da campanha presidencial de 2022 e estão sendo usados todos os artifícios e artimanhas para atingir a honra, imagem e reputação do presidente da República e da família Bolsonaro".

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Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro
Imagem: Daniel Marenco/Agência Globo

Para o advogado, os fatos apontados são parte de "uma campanha de perseguição política contra o presidente da República e sua família''. Por fim, o advogado insistiu que "nunca existiu rachadinha e quaisquer pessoas que alegam esses fatos estão mentindo ou narrando fatos inverídicos".

Defesa de Flávio Bolsonaro

Os advogados Luciana Pires, Rodrigo Roca e Juliana Bierrenbach, que representam o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no caso da rachadinha na Alerj emitiram nota dizendo que "gravações clandestinas, feitas sem autorização da Justiça e nas quais é impossível identificar os interlocutores não é um expediente compatível com democracias saudáveis".

Os advogados disseram que, por isso, a defesa se sentia "impedida de comentar o conteúdo desse suposto áudio apresentado pela reportagem".

família - Arte/UOL - Arte/UOL
O presidente Jair Bolsonaro e os filhos Flávio, Carlos e Eduardo
Imagem: Arte/UOL

Já sobre Andrea Siqueira Valle, a defesa de Flávio afirma que "ela trabalhou na Alerj e cumpria sua jornada dentro das regras definidas pela Assembleia". Segundo a defesa, Flávio Bolsonaro, nas suas atividades parlamentares, "não tinha como função fiscalizar e orientar a forma como a servidora usufruía do seu salário".

Os advogados da investigação no Rio de Janeiro disseram que "no tempo em que foi deputado estadual, Flávio Bolsonaro nunca recebeu informação ou denúncia de que havia qualquer irregularidade no seu gabinete ou em relação ao pagamento dos colaboradores".

A defesa diz que "não passa de insinuação e fantasia a ideia de que o parlamentar participou de qualquer atividade irregular. Esse é apenas mais um ingrediente na narrativa que tentam armar contra a família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro confia na Justiça e tem a certeza de que a verdade prevalecerá".

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MP-RJ denunciou Flávio Bolsonaro por esquema de rachadinha na Alerj
Imagem: Reprodução/Flickr Senado

O advogado Magnum Cardoso que atua na defesa de Ana Cristina Valle e sua família, além de Guilherme Hudson, disse por nota que os clientes decidiram que não iriam se pronunciar.

O advogado Paulo Emílio Catta Preta que atua na defesa de Márcia Aguiar e Fabrício Queiroz não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a menção feita por Márcia Aguiar ao presidente Jair Bolsonaro.

Após a publicação desta reportagem, o Palácio do Planalto enviou nota a veículos de imprensa em que afirma:

"Considerando que não tivemos acesso à íntegra das gravações divulgadas pelo UOL, mas apenas a trechos fora de contexto, sem mais informações sobre data e hora, não há como nos manifestar. A construção da narrativa, tal qual feita pelo UOL, por meio da divulgação de trechos sem contextualização cronológica, parecem ter como intuito induzir o leitor/expectador a conclusões precipitadas por carecer de contexto."

Nota da coluna de Juliana Dal Piva em resposta ao pronunciamento do Palácio do Planalto:

A coluna não pode publicar a íntegra das gravações e nem informar o dia e local para proteger o sigilo da fonte. A coluna ressalta que procurou o Palácio do Planalto na quinta-feira da semana passada e não obteve resposta até esta nota pública divulgada na segunda-feira e que, em nenhum momento, nega a veracidade das gravações.