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Procurador bolsonarista do MP-RJ acusa ministros do STF de "golpistas"
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O procurador de Justiça fluminense Marcelo Rocha Monteiro, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) são "golpistas" durante um discurso em cima de um carro de som na avenida da praia de Copacabana nos atos de 7 de setembro na terça-feira. No ano passado, Monteiro chegou a disputar a eleição interna para chefiar o MP-RJ (Ministério Público do Rio), mas ficou fora da lista tríplice.
"Eu sou procurador de Justiça e professor de Direito da Uerj (Universidade do estado do Rio). Quando eu era estudante de Direito, na mesma Uerj, as decisões do STF eram uma referência para o ensino do Direito. Hoje elas são uma referência do que é errado, ilegal, do arbitrário, liberticida (sic). Não somos nós que estamos rasgando a Constituição. Não somos nós que estamos violando as regras mais elementares do Direito. É o STF. São os ministros. Eles são os golpistas", afirmou Monteiro, em discurso gravado e postado em suas próprias redes sociais.
Monteiro ainda seguiu criticando o STF e dizendo que os ministros estão usurpando as competências dos outros poderes.
"Nós estamos resistindo em nome da democracia, da liberdade e direito de ser governados pelo presidente que nós elegemos. Nenhum deles recebeu um voto nosso, nenhum deles tem legitimidade para legislar para administrar para cuidar da segurança pública, essas são funções de nossos representantes eleitos, portanto são eles que estão usurpando as atribuições dos outros poderes. Nós não somos golpistas", disse Monteiro.
A coluna apurou que Monteiro já teve uma advertência do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) recentemente devido a comentários depreciativos que ele fez ao trabalho do MP do Trabalho. Ele também responde a um processo na Corregedoria do MP-RJ. Monteiro é um defensor público do presidente Jair Bolsonaro.
Ao ser questionado pela coluna, o procurador não quis comentar o discurso em que chamou os ministros de "golpistas". "Um único comentário: membros do MP que ingressaram na instituição antes da Constituição de 1988 (meu caso) podem exercer atividade político-partidária. O procedimento no CNMP não teve relação alguma com atividade política", escreveu por nota, à coluna.
Procurada, a Corregedoria informou que não podia comentar processos em sigilo. No ano passado, Monteiro foi o 4º colocado na eleição do MP-RJ e obteve 143 votos. O eleito foi o procurador Luciano Mattos, atual procurador-geral.
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