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Mauricio Stycer

REPORTAGEM

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DirecTV avisa que vai deixar de exibir canal de notícias da extrema direita

O canal One America News defende a teoria de que Donald Trump foi "roubado" nas eleições de 2020 - Foto: Shutterstock
O canal One America News defende a teoria de que Donald Trump foi "roubado" nas eleições de 2020 Imagem: Foto: Shutterstock

Colunista do UOL

16/01/2022 16h22

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Uma das principais operadoras de TV por assinatura nos EUA, com cerca de 15 milhões de assinantes, a DirecTV comunicou que não vai mais oferecer o canal One America News (OAN) a partir de abril, quando termina o contrato. A notícia é um golpe duro no canal e afeta o campo mais conservador da política americana.

Lançado em 2013, o One America News (OAN) se posicionou à direita da FoxNews, um canal notoriamente conservador. Com posições frequentemente mais próximas da extrema-direita, o OAN foi um defensor aguerrido do presidente Donald Trump (2017-2021), ajudou a difundir variadas teorias da conspiração e sempre apoiou a tese de que a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020 foi roubada.

Cinco dias após a Associated Press ter declarado vitória de Joe Biden, a OAN continuou a insistir que Donald Trump havia vencido. O canal seguiu se referindo a Trump como "presidente Trump" (enquanto se referia a Biden sem mencionar o seu título) por meses após a posse do novo presidente, em 21 de janeiro de 2021.

Durante a pandemia de coronavírus, uma comentarista do OAN afirmou que a doença foi criada em um laboratório na Carolina do Norte, e disse que Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, financiou a criação da covid. Em novembro de 2020, após anunciar a falsa cura da doença, o canal foi suspenso do You Tube por uma semana, mas continuou publicando vídeos na sua própria plataforma.

Segundo a Bloomberg, que noticiou a decisão da DirecTV, a operadora não divulgou as razões para interromper o contrato. Segundo o noticiário, em outubro de 2021, Robert Herring., fundador da OAN, afirmou que o canal foi criado a pedido de executivos da AT&T, que é dona da DirecTV. Segundo ele, 90% das receitas do canal vinham do contrato com a operadora.