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Reinaldo Azevedo

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Na Folha: Será que proposta de uma greve de sexo levaria ao golpe militar?

Senador Omar Aziz, presidente da CPI (centro), acompanhado de Randolfe Rodrigues (à esq.), Renan Calheiros e Humberto Costa  - Pedro Ladeira/Folhapress
Senador Omar Aziz, presidente da CPI (centro), acompanhado de Randolfe Rodrigues (à esq.), Renan Calheiros e Humberto Costa Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colunista do UOL

09/07/2021 07h19

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A resposta dada pelos fardados ao senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, foi, obviamente, truculenta, golpista e esquizofrênica.
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Em 1968, o lobo queria comer todo o oviário. Um dos signatários do AI-5, Jarbas Passarinho, cravou a frase histórica: "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência".
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A paixão sanguinolenta estava com fome. A 3 de setembro de 1968, o deputado Márcio Moreira Alves protestou pelo segundo dia consecutivo contra a invasão da Universidade de Brasília pela Polícia Militar, que se deu com incrível truculência.
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Propôs que pais e mães impedissem seus filhos de desfilar no Sete de Setembro. Mas não foi esse o trecho que mais incomodou. Alves incitou as mulheres a uma espécie de "Lisístrata" do civismo --alusão aqui à peça de Aristófanes que trata de uma greve de sexo feita pelas mulheres.

Afirmou: "Esse boicote pode passar também às moças, àquelas que dançam com cadetes e namoram jovens oficiais". Seria preciso fazer hoje no Brasil com que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusassem a entrada à porta de sua casa àqueles que vilipendiam a nação. Recusassem a aceitar aqueles que silenciam e, portanto, se acumpliciam."
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Já não somos os cordeiros de antes. E não há lugar, na ordem das coisas, para a tirania dos lobos. Tenham mais pudor!
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